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domingo, 7 de janeiro de 2007

O Chile na corda bamba do cobre

A edição traduzida do The New York Times no portal UOL traz hoje (7) uma reportagem analítica assinada pelo controverso Larry Rother sobre a situação enfrentada pelo governo do Chile diante do crescimento das receitas geradas com a valorização do principal produto exportado pelo país, o cobre.

Pelo menos duas correntes políticas e econômicas debatem o que fazer com o "acréscimo multibilionário" de receita proveniente da alta do preço do produto. A presidente socialista Michelle Bachelet é pressionada pela coalização liderada pelo Partido Democrata-Cristão a aplicar os excedentes na "agenda da igualidade", tema que a elegeu. Os economistas do governo preferem "manter a cautela" - parte do excedente foi depositado no exterior e outra parte foi destinada para um "fundo de estabilização social e econômica".

Outro economista citado pelo NYT acha que o país deve usar o dinheiro para "reduzir as desigualdades sociais". E diz isso em tom de alerta: "Os chilenos são pacientes, mas ninguém deve abusar de tal paciência".

A matéria de Rother traz um dado curioso sobre a herança econômica da ditadura Pinochet que muitos economistas, inclusive brasileiros, cantavam como "acerto": nos 17 anos de existência, a ditadura não construiu um único hospital no Chile. Outro dado, este atual, aponta aquele país como o que gasta mais "per capta" com as forças armadas do que qualquer outro país da América Latina (o estudo foi realizado há dois por três entidades de pesquisa econômica internacional).

Eis um bom debate para se fazer no seio da esquerda, inclusive da brasileira. Quem se habilita a opinar primeiro aqui no blog?

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