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domingo, 14 de janeiro de 2007

O fator pressa, segundo o 'Estadão'

É cedo para se trabalhar com hipóteses, mas merece atenção uma delas, levantada por especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo e publicada neste domingo (14): Pressa na execução da obra pode ter causado acidente, diz a manchete.

Espera-se, no mínimo, que as autoridades estaduais que precederam o governador José Serra não tenham cometido a sandice de concordar com qualquer tipo de vinculação da obra ao calendário eleitoral. Um dado da reportagem de O Estado de S. Paulo é preocupante nesse sentido, pois um funcionário do Metrô que não se identificou disse que se o método utilizado de perfuração do túnel fosse o "tatuzao" haveria uma demora excessiva na entrega da obra.

É hora do novo governador tomar pé da situação e avaliar os riscos que esse processo carrega em si, pois se mulplicam as informações sobre algum tipo de negligência, no mínimo, aos reclamos de moradores e comerciantes da região de Pinheiros sobre problemas na condução da obra. A imprensa tem mostrado depoimentos nos quais moradores afirmam terem alertado o consórcio construtor sobre problemas em suas residências, por exemplo. E os relatos devem crescer nesses dias.

Outra coisa: também teriam pesado para a mudança do método de construção supostos interesses comerciais do consórcio privado que constrói o empreendimento, ainda segundo o jornal, pois o contrato assinado entre o governo do Estado e as empreiteiras não prevê "reajuste do valor" da obra - é do tipo fechado (US$ 980 milhões). Mais uma vez, especulação, sabe-se.

Espera-se que as especulações dêem lugar a explicações e que os fatos sejam esclarecidos à exaustão. Mesmo sendo uma "privatização disfarçada", essa obra do Metrô envolve volumes gigantescos de recursos públicos e, no caso do acidente, vidas, patrimônio público e privado e a história de sucesso do Metrô.

A sociedade exige uma apuração de todos os elementos que envolvem esse grave acidente e espera transparência das autoridades, dos grupos empresariais e do Metrô, cuja história foi marcada, ao longo dos anos, pela prestação de serviços de excelência a milhões de usuários todos os dias.

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