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domingo, 21 de janeiro de 2007

Proximidade das eleições: imprensa anima a terceira via

Demorou para que os críticos da proporcionalidade e do respeito à tradição da Câmara dos Deputados voltassem a se animar com a tal Terceira Via - pelo menos na imprensa. A Folha deste domingo (21) não se faz de rogada e vai direto ao assunto "campanha em favor de Gustavo Fruet". É o que se pode deduzir da matéria Dos candidatos da Câmara, só Chinaglia não veta reajuste de 91%.

Basta ler a matéria e vê-se que em momento algum Arlindo Chinaglia "defendeu" esse ou aquele reajuste para os salários dos parlamentares. Sem contar que, como chega a sugerir o título da matéria, o petista não tem "poder para vetar" reajuste, coisa que sequer está sendo debatida no Congresso no momento. O assunto já esteve em pauta, mais precisamente na gestão do atual presidente, Aldo Rebelo (PC do B). O jornal sabe disso, o candidato que o jornal defende sabe disso e todo mundo sabe disso. Mas e daí se é possível tecer essa ou aquela tese?

Todo esse "jogo de palavras" adotado no texto da Folha vem do fato de Chinaglia ter dito, de forma honesta e clara, que "não haverá tema que não possa ser discutido" se ele vier a ocupar a Presidência da Casa, como apontam todos os levantamentos feitos até agora. Ou deveria ser diferente? Onde já se ouviu falar que o parlamento deve ter "temas proibidos?". O que não pode haver é o escamoteio de opiniões, como o fazem os defensores da "Via Tucana" e alguns veículos de imprensa que querem assumir o posto de "opinião pública nacional" por excelência.

Todos sabemos que a sociedade não reflete, necessariamente, tudo o que desejam ou pensam os editores de jornais, de revistas ou os noticiários de rádio e tv. E isso também não poderia ser diferente numa sociedade democrática.

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