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quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Desastre na obra: Gaspari reflete sobre o descaso

O jornalista Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo desta quarta-feira (17), é incisivo na avaliação do tratamento que as empreiteiras do Consórcio Via Amarela dispensam aos familiares das vítimas do acidente na obra do Metrô de São Paulo. Ele diz que houve o apagão das empreiteiras. E vai fundo na reflexão sobre o descaso desses grupos que faturam US$ 3,5 bilhões anuais.

Gaspari lembra a tentativa das empresas de "ofender a inteligência humana" ao jogarem a culpa nas chuvas, bem como atribuir o risco que as pessoas corriam (sem saber) a questões trabalhistas. Detalhe frisado pelo jornalista: praticamente todas as vítimas eram transeuntes, que nada tinham a ver com a obra e nem mantinham vínculos trabalhistas com as empreiteiras.

Por fim, fala do modo como famílias inteiras estão sendo tratadas pelas empresas, em particular os familiares das vítimas do micro-ônibus que caiu na cratera sexta-feira passada. Uma reflexão humana sobre a falta de humanidade e do mínimo de respeito às regras do mercado por parte desses grupos empresariais.

Um comentário:

  1. Estou acompanhando, estarrecida, o descaso que provocou a cratera na rua Crapi (obras da linha 4 do metrô). Hoje de volta das férias, não posso deixar de registrar minha indignação com a omissão de todos os responsáveis que resultou na morte de várias pessoas.
    Uma pergunta que não quer calar!! Porque as autoridades resistiam em acreditar no desaparecimento do micro-ônibus? Ora, estava sendo noticiado por toda a imprensa que o equipamento de rastreamento mostrava exatamente o momento e o local do desaparecimento do veículo.
    Porque será que o governador Serra, não atendeu o jornalista Datena ao ser convidado para dar entrevista em seu programa e atendeu prontamente a Globo?
    Outro fator que me causa indignação, e que você menciona em sua publicação, é o fato do consórcio divulgar uma nota jogando a culpa nas chuvas. Ora, bem disse, também, o Datena: “Chuva existe desde que o mundo é mundo”, deve ser prevista.
    O fato é que pessoas inocentes morreram, outras ficaram sem suas residências e os culpados precisam ser julgados. É necessário uma investigação minuciosa para que outras tragédias não aconteçam, afinal o metrô é uma necessidade do povo de São Paulo e não podemos ficar a mercê do medo e da incompetência do governo tucano.

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