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segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Especulações e pessimismo

Tenho acompanhado em toda a imprensa as notícias sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que o presidente Lula vai apresentar à Nação hoje(22) em Brasília.

Alguns jornais já anunciaram que o PAC rompe com a era Palocci, colocando o ex-ministro em oposição ao crescimento econômico. A forma como é feita a abordagem induz o leitor a atribuir a Palocci o desejo de impedir o crescimento econômico do Brasil. Eu também sou um crítico da política econômica do ex-ministro. Porém, o máximo que atribuo a ele é o que no direito penal chamamos de "dolo eventual" ( quando o agente não deseja diretamente o resultado, mas assume o risco de produzi-lo). Na minha opinião, analogicamente, foi isso que aconteceu: em nome da estabilidade econômica, mesmo não desejando a sua estagnação, Palocci assumiu todos os riscos de produzi-la.

Em relação ao plano que será apresentado hoje o que se vê na imprensa é, por um lado, muita especulação e, por outro, muito pessimismo. A imprensa não consegue nem mesmo chegar a uma cifra comum dos investimentos a serem feitos. Fala-se em R$ 160 bilhões em algumas edições, em R$ 500 bilhões em outras. O pessimismo é tanto que às vezes pensamos que todos torcem contra o plano. Tenho certeza que se nada estivesse sendo feito a crítica seria ainda mais contundente.

Quanto aos pessimistas, sugiro esperar pelo menos o anúncio do PAC para depois analisá-lo cuidadosamente, sem preconceitos.

Que bom que o nosso presidente está otimista, estamos torcendo para que tudo dê certo, pois algo precisa ser feito para a economia do país voltar a crescer.

Um comentário:

  1. Primeiro, quero mostrar minha solidariedade ao ex-ministro Palocci, eleito deputado federal com justiça. Vale lembrar que ele foi o grande responsável pelos acertos do governo Lula numa época tão difícil, onde esse governo era pintado pela mídia como temeroso para investimentos externos e internos. Ele deu credibilidade ao governo (me lembro de um editorial de um grande jornal aqui de São Paulo que atribuia ao Palocci o papel de fiador da seriedade e competencia do governo Lula). Mas convém lembrar, que o comando do governo sempre esteve na mão do presidente e, se o país não teve tantos investimentos na área social ou mesmo em outras, como muitos queriam, inclusive eu, devia ser porque não se podia. Mas se agora o panorama econômico permite, é graças a política econômica do tempo do Palocci.
    Quanto ao PAC, pelo que lí na imprensa hoje, tenho algumas preocupações, principalmente quanto a forma de fazer. É que nem aquela estória de colocar o guizo no gato: a idéia é boa mas como se coloca o guizo no gato?

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