O jornal Folha de S. Paulo publica hoje dados do último (Enem) que julguei interessante publicar para efeito de balanço dos sucessivos governos tucanos em nosso estado. Os dados são da cidade de São Paulo, mas como todos sabem o Ensino Médio é responsabilidade do governo do Estado.
”O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) comprova: na cidade de São Paulo, as escolas estaduais são um fracasso, seja no centro, seja na periferia. Tomando-se os 633 estabelecimentos de ensino sob controle do Estado e excetuando-se 11 escolas técnicas e uma ligada à Faculdade de Educação da USP, todos os 621 colégios restantes tiveram notas inferiores a 50 (de 100 pontos possíveis). A prova é realizada anualmente. Estudantes do 3º ano ou que já concluíram o ensino médio submetem-se a ela voluntariamente, seja para testar os conhecimentos adquiridos no ensino médio, seja para contar pontos no vestibular. As notas das escolas foram obtidas a partir das médias aritméticas das notas de seus alunos no exame, composto por teste de conhecimentos gerais e prova de redação. A "melhor" escola estadual da cidade de São Paulo foi a Rui Bloem, na Saúde, com média 49,88. A "pior" foi a União de Vila Nova 2, na zona leste. Com nome de escola de samba, teve média 27,09. A média geral das estaduais foi 38,42. Performances ruins foram observadas até em colégios centrais que foram baluartes do ensino, como o Caetano de Campos, hoje dividido em duas unidades (na praça Roosevelt e na Aclimação), ou o Rodrigues Alves, cujo prédio, recém-restaurado, fica incrustado na rica avenida Paulista”.
Os exemplos extremos do Rui Bloem e da União de Vila Nova parecem confirmar a idéia de que quanto mais central a escola, melhor o desempenho de seus alunos. Mas não é assim.
Infelizmente esta é a realidade do ensino no estado de São Paulo. Além da falta de um programa pedagógico e de investimentos nos profissionais da educação, nosso estado adotou a chamada “Progressão Continuada”, que muitos a apelidaram de “Aprovação Continuada” (sem critérios), que somados à ausência de prioridade efetiva por parte do governo do Estado para educação, contribuiram para esta lamentável situação que beira o caos.
É preciso reagir. Parafraseando o imortal Raul Seixas: “a sociedade tem uma porção de coisas grandes para conquistar e não pode ficar aí parada”.
Sabemos que as grandes conquistas de um povo dependem da qualidade da educação.
Já que o nosso estado é incompetente para tratar das coisas da educação, então resta ao "nosso" governo federal fazer o que é preciso. Sugeri ao companheiro Vaccarezza que entre com um projeto de lei federal, para que os estados criem o quarto ano do segundo grau, optativo para o aluno, que seria na realidade um cursinho pré-vestibular, usando a estrutura de salas, material didático e professores, que o estado já tem, para preparar melhor o aluno. Torno a dizer, que esse quarto ano seria não obrigatório, e o aluno poderia fazer quando decidisse ir para a faculdade. O projeto também estabelece que entidades não governamentais, também poderiam realizar esse curso preparatório, usando verba do Fundeb.
ResponderExcluirA Educação é a grande vergonha do Estado de São Paulo. É uma "cadeia" de absurdos...
ResponderExcluirConheço a E.E. Rui Bloem, é uma ótima escola, organizada, limpa, e muito rígida. Os professores são muito bons, mas acredito que o grande problema dessa escola é a falta de vontade dos alunos para estudar. Aqueles alunos que, mesmo incentivados, não gostam de estudar é que abaixam a média geral da escola. Há um contraste muito grande entre os alunos de lá, alguns são muito interessados e aplicados, enquanto outros somente pensam em ter seu diploma o mais rápido possível. Sendo assim, acredito que no caso do Rui Bloem, a culpa não está na Direção ou nos professores, e sim nos alunos desinteressados, que por pressão do governo acabam sendo aprovados sem saber o conteúdo adequado para sua série.
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