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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

PT mostra como Serra chegou ao 'superávit'

Não precisa ser mágico, como comentou um leitor do blog, para se chegar aos números que o governador tucano José Serra tem apresentado como "equilibrados" nas contas estaduais. A bancada do PT desfaz esse 'mito' do Super Serra II através de artigo do seu líder na Assembléia Legislativa, Ênio Tatto, publicado hoje (22) na Folha de S. Paulo na seção Tendências/Debates (assinante da Folha/UOL lê clicando aqui).

Tatto não deixa dúvidas quanto ao caráter autoritário da gestão Serra, que tenta passar à sociedade a idéia de que o Orçamento 2007 ainda não foi votado por "culpa dos deputados": "Esta gestão (Serra) que se inicia, vale a pena lembrar, é, na prática, seqüência da anterior (Alckmin).
É o mesmo partido (PSDB), com a mesma composição de base de apoio na Assembléia Legislativa e que tem ampla maioria de deputados aliados ao governador. Logo, se não votou o Orçamento para 2007 foi porque o governo não quis. Mesmo antes de se eleger, em 1º de outubro passado, o então candidato José Serra já operava no sentido de segurar a votação tanto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) quanto do Orçamento
.

Noutro trecho do artigo, o líder do PT começa a enumerar os cortes feitos por Serra para a aparecer em reportagens com a suposta "casa em ordem": "Uma simples verificação do que foi utilizado do recurso financeiro disponibilizado para janeiro revela que, em áreas vitais do Estado, não foi aplicado um mísero centavo. Serra contingenciou (congelou) tudo. Para a Secretaria de Ciência e Tecnologia, por exemplo, ficaram disponíveis R$ 26,2 milhões, e o governador utilizou apenas R$ 68 mil. Já para a Secretaria de Administração Penitenciária o recurso financeiro era de R$ 17,3 milhões, e o investimento foi zero".

Mas os cortes não pararam por aí, com destaque para a área de propaganda predileta de Serra, a da Saúde, revela Tatto: "Em quase todas as secretarias estaduais há redução de investimentos na comparação entre 2006 e 2007. Na Saúde, o corte foi de 37,2% (de R$ 685 milhões para R$ 430 milhões). Para a pasta da Habitação, menos 28% (de R$ 823,7 milhões para R$ 586,8 milhões). Para Transportes Metropolitanos a queda é de 61% (de R$ 394,2 milhões para R$ 151 milhões). O pior é na Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer, cuja redução é de 86% (de R$ 14,4 milhões para modestos R$ 2 milhões)".

A educação, pelo histórico serrista de cortar investimentos nesse setor desde sua passagem pela Prefeitura, também teve seus recursos diminuídos, com o claro propósito de "aguardar o calendário eleitoral". No artigo, o petista mostra isso claramente: "Aliás, em se tratando de educação, beirou a casa dos 70% o corte de investimento previsto para informatização do ensino médio, que, em 2006, contou com R$ 24,9 milhões -neste ano terá que se contentar com modestos R$ 9 milhões".

Por fim, o deputado Ênio Tatto mostra em qual secretaria Serra mandou aumentar os 'investimentos': a Secretaria de Comunicação Social, que salta de R$ 38,2 milhões, em 2006, para R$ 48,2 milhões, em 2007; o que significa 26% a mais.

Traduzindo: a "eficiência tucana" não passa de propaganda, alías uma área onde eles sempre investem bastante, preferencialmente premiando agências de publicidade que realizam as campanhas eleitorais do partido. Esse é o Serra!

Um comentário:

  1. João...
    ...com tanto corte que esse cara faz e vai fazer ainda, sempre nas áreas sociais, vamos criar um personagem para ele. "Conde Serra, o vampiro da moto-serra"!

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