Páginas

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Leia-se, Zé ou Zés

No segundo ano de minha fuga

Li em um jornal, em língua estrangeira

Que eu havia perdido minha cidadania.

Não fiquei triste nem alegre

Ao ver meu nome entre muitos outros

Bons e maus.

A sina dos que fugiam não me pareceu pior

Do que a sina dos que ficavam.

BERTOLT BRECHT

5 comentários:

  1. Muito bonito e atual este poema.
    Muitos não compreendem a sina que se abateu sobre o Zé Dirceu. Somente aqueles que cultivam de uma convivência mais próxima e lutam por um Brasil justo e fraterno podem entender este momento.

    ResponderExcluir
  2. Oportuno... bonito... atual...Não é apenas o Zé... temos vários companheiros em situação semelhante...

    ResponderExcluir
  3. Acredito que não será blasfêmia, dizer, leia-se Zé's; tantos perdemos por alguns anos, e muitos perdemos ao longo do tempo, e outros perdemos por definitivo. Por isso eu entendo que o nosso grande Zé Dirceu, um desses ZÉ'S que continua sendo perseguido pela elite dominante, deve ter nosso apoio para ser mais uma vez anistiado.
    É isso Zé você não perdeu e nunca perderá sua cidadania, se depender daqueles que lutam, por uma sociedade mais justa e fraterna. Força estamos juntos.

    ResponderExcluir
  4. Sou um "Zé" de tantos "Zés"
    "Zés" de baixo, "Zés" de cima,
    "Zés" de lado, "Zés" de quina,
    "Zés" de luta, "Zés" de Dina,
    "Zés" de puta,"Zés" de esquina,
    "Zés" de glória, "Zés" Divina
    "Zés" de história,"Zés" de sina,
    Que se assina como eu
    Pra acordar quem se perdeu
    Sou um "Zé" do "Zé Dirceu

    ResponderExcluir
  5. Em homenagem à história de luta do nosso Zé, aqui vai uns versos escritos pelo Carlos Marighella, num folheto intitulado "Se fores preso, camarada... "

    "E que eu por ti, se torturado for,
    possa feliz, indiferente à dor,
    morrer sorrindo a murmurar teu nome".

    ResponderExcluir