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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Jogo de palavras

O colunista José Simão, da Folha de S. Paulo, não criou a expressão tucanês apenas para ironizar a mania tucana de usar uma espécie de 'linguagem própria' quando o assunto é tentar esconder os seus erros. Principalmente quando são graves, como é o caso das privatizações, dos problemas na construção de estradas, do Metrô e tantos outros.

Assim, em tucanês "erro" seria "incorreção"; "erro grave" poderia ser "incorreção notada muito fora do tempo", e por aí se vai. É sempre um jogo de palavras, em geral repetido por parte da mídia que apóia o tucanato nessa jornada de permanência no poder. O senador tucano Eduardo Azeredo, ao criar o esquema de caixa dois do Mensalão e alimentar o publicitário Marcos Valério, teria incorrido - segundo o idioma partidário - em "desvio involuntário". Qualquer adversário, no mesmo caso, segundo o tucanês autêntico, seria "criminoso", "bandido", "delinqüente" etc.

Tome-se como exemplo o caso mais recente da briga da equipe de José Serra para 'limpar de vez o terreno' de ex-colaboradores deixados no Estado por Geraldo Alckmin. O Metrô é um dos focos da 'resistência alckmista', mas está sob fogo cruzado de Serra e auxiliares. Os jornais já anteciparam a queda do presidente do Metrô, Luiz Carlos David, para hoje (21). Serra tenta, em bom tucanês, passar a idéia que existe "harmonia na equipe".

Outra coisa que se nota numa reportagem sobre a demissão de David, na Folha de S. Paulo desta quarta-feira de cinzas, é o abuso do contorcionismo lingüístico: ao falar do que realmente teria provocado a queda do presidente do Metrô, o palavreado usado é o seguinte: "O governo queria averiguar se houve morosidade para correção das desconformidades". O trecho em negrito se refere aos relatórios encomendados pelo próprio Metrô - e exibidos no programa Fantástico, da Rede Globo, que mostram "erros graves na construção da Linha 4". Em tucanês, claro, tudo vira "desconformidades". E o tempo que levaram para tomar medidas, inclusive que poderiam ter evitado mortes na obra, termina sendo chamado de "morosidade".

Ou seja, o tucanês deveria ser "varrido do mapa", como propõe o próprio criador do termo. Certamente o Zé Simão se arrependeu da brincadeira que fez, pois os tucanos gostaram até demais e "não deixam de repetir o gesto", ou melhor, "não perdem a mania"...

Um comentário:

  1. O tucanês é na verdade uma mistura
    nova tecnocracia com a tradição cu-
    ltural da elite brasileira que sempre dominou a política,e por ta-
    bela o povo tabem,dai a grande ali-
    ança com o que tem de mais atrsado
    na politica brasileira que é o PFL.
    O mais assustador de tudo isso,é;
    que derrepente para a grande mídia
    o PFL se trnsformou em coisa moder-na no vale tudo para combater o PT.


    Ademar Silva Neto

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