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terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Elogio da Dialética

A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.

Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.

Só a força os garante.

Tudo ficará como está.

Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.

No mercado da exploração se diz em voz alta:

Agora acaba de começar:

E entre os oprimidos muitos dizem:

Não se realizará jamais o que queremos!

O que ainda vive não diga: jamais!

O seguro não é seguro. Como está não ficará.

Quando os dominadores falarem

falarão também os dominados.

Quem se atreve a dizer: jamais?

De quem depende a continuação desse domínio?

De quem depende a sua destruição?

Igualmente de nós.

Os caídos que se levantem!

Os que estão perdidos que lutem!

Quem reconhece a situação como pode calar-se?

Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.

E o "hoje" nascerá do "jamais".

BERTOLT BRECHT

Um comentário:

  1. Peço licença aos poetas, para rebater com uma do Cacaso; chama-se "Jogos Florais"

    Minha terra tem palmeiras
    onde canta o tico-tico.
    Enquanto isso o sabiá
    vive comendo o meu fubá.

    Ficou moderno o Brasil
    ficou moderno o milagre:
    a água já não vira vinho,
    vira direto vinagre.

    Minha terra tem Palmares
    memória cala-te já.
    Peço licença poética
    Belém capital do Pará.

    Bem, meus prezados senhores
    dado o avançado da hora
    errata e efeitos de vinho
    o poeta sai de fininho.

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