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sábado, 30 de dezembro de 2006

O desastroso samba de uma nota só

Dois anos depois, a história se repetirá: o tucano José Serra assume um governo, anuncia "medidas drásticas" e, pouco tempo depois, espalha as glórias de ter "colocado a casa em ordem". Foi assim em 2005, quando recebeu a Prefeitura de São Paulo das mãos de Marta Suplicy. O jogo de cena será o mesmo, segundo informa a reportagem de Cátia Seabra, na Folha de São Paulo deste sábado (30).

Com a mesma equipe que comandou a suposta "reestruturação administrativa e financeira" da Prefeitura paulistana, Serra - antecipa a Folha - anunciará um pacote que, entre outras coisas, prevê um calote aos prestadores de serviços do Estado. O "samba de uma nota só" já foi aplicado na cidade em 2005. No caso da capital, os únicos resultados foram a aplicação do dinheiro público no mercado financeiro e a piora na qualidade dos serviços prestados à população.

O resultado disso na administração estadual será uma enxurrada de ações na Justiça, paralisação de obras, cancelamento de contratos, demissão de servidores e piora nos serviços públicos estaduais.

A cidade de São Paulo até hoje sofre os efeitos dessa política desastrosa de "reestruturação" iniciada por Serra e continuada por seu sucessor: serviços básicos deficientes, paralisação de obras importantes ou retardo de cronogramas, setores inteiros abandonados ou com atividades reduzidas - na Cultura, na Educação e na área de Transportes, por exemplo.

O tal "pacote" que será anunciado segunda-feira durante a posse de Serra não trará novidades. E também não será novidade a reedição de um estilo de governar que caracterizou o tucano por onde passou: um governo por decreto - as tais "medidas saneadoras" já virão por decreto -, como de resto deverá ser a administração de São Paulo sob a batuta de José Serra.

A conta dessas medidas será paga pela sociedade. E a conta política, já que o governo Serra será a continuação do reinado de 12 anos tucano-pefelê em São Paulo? Ele já tem dois alvos para enviar o custo político da operação: Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo. Veremos!

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