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segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Debate na Rádio Bandeirantes AM

A convite da produção do programa MANHÃ BANDEIRANTES (da Band AM), participei na manhã desta segunda-feira (11) de um debate sobre assuntos da cidade de São Paulo com os vereadores Antônio Goulart (PMDB) e José Aníbal (PSDB).

O tema predominante no debate é um dos mais importantes para a cidade, porém de soluções complexas: as enchentes. Para abordá-lo é necessário que se faça com responsabilidade para não enveredarmos pelo caminho do 'criticismo'.

Vivemos numa região metropolitana, e enchentes são um típico problema que exige soluções intermunicipais, pois diversas nascentes que formam nossas bacias têm sua origem em outros municípios. Portanto, as soluções, necessariamente, carecem de ações integradas, envolvendo outras esferas governamentais no planejamento, execução e custos das obras necessárias.

Outro elemento causador das enchentes na cidade é a ocupação desordenada do solo urbano. São Paulo é uma cidade clandestina. Diversos bairros foram constituídos sem qualquer planejamento, a população mais pobre foi sendo empurrada para os fundos de vales - seja através das ocupações irregulares ou por lotementos-, muitos deles clandestinos, por serem essas regiões mais accessíveis ao seu padrão financeiro.

O planejamento equivocado do viário da cidade contribui também para as freqüentes inundações. A concepção de ocupar todos os fundos de vale com avenidas, a canalização dos córregos (em alguns deles a canalização é fechada), somado ao asfaltamento de quase todo o viário urbano, torna o solo impermeável, as águas correm com mais velocidade para as bacias, difilcultando as ações governamentais na solução do problema.

Outros dois fatores pesam para agravar o problema: a cultura da população - que ainda joga entulho e lixo nos rios e córregos; e a falta de fiscalização do recolhimento do lixo na cidade. Sem uma fiscalização para que a coleta seja regular, conforme prevêem os contratos (R$ 520 milhões por ano) da Prefeitura com a empresas do setor, alguns cidadãos terminam se aproveitando da ineficiência do serviço e jogam detrito e entulho nas ruas, em córregos ou nos rios. Não se pode esquecer da necessária manutenção de bocas-de-lobo e da limpeza dos córregos, do rios e dos piscinões.

No caso dos piscinões, lembrei que a administração da ex-prefeita Marta Suplicy duplicou o número desses reservatórios - de 7 para 14 - e triplicou a capacidade de armazenamento de água da chuva na cidade. Avançamos muito nas ações que visavam resolver o problema das enchentes.

"X-TUDO" - Outro ponto que coloquei em discussão foi o projeto de lei 552/06, do Executivo, apelidado de "X-Tudo" - que pretende aumentar tributos na cidade. Minha posição contrária reflete o sentimento da sociedade, que não suporta mais taxas e nem impostos. E que a única coisa boa do referido projeto é o parcelamento dos débitos tributários em até 60 vezes - em alguns casos.

Enfim, um debate cordial e democrático que os ouvintes certamente gostaram porque foi esclarecedor e equilibrado.

Um comentário:

  1. Parabéns João Antonio pelo blog. Com o avanço da tecnologida da informação no mundo globalizado se faz necessário agilidade nas informações no sentido de atingir o maior número de possível de pessoas.
    A tecnologia, sistemas de comunicações são instrumentos importantes da busca da cidadania e da qualidade de vida.
    Gostei das reflexões sensatas da entrevista abordando a questão ambiental na região metropolitana de São Paulo. Entendo que o poder público tem fazer a parte dele assim como a comunidade também, é a chamada via de mão dupla.
    Parabéns novamente.

    Atenciosamente,

    Adalberto Leal
    Obs: apoei e fiz campanha para o nosso Deputado Vaccarezza na região de Campinas e alguns trabalhos aqui na zona norte.
    Grande abraço.

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