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segunda-feira, 21 de maio de 2007

ONGs, presídios e computadores no porão

A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) é objeto de nova denúncia de irregularidade - desta feita pela aquisição de mais de uma centena de computadores que seriam usados num projeto que baratearia os custos de ligações telefônicas. O problema é que as máquinas nunca foram utilizadas e estão estocados desde o ano passado nos porões da SAP, segundo denunciou na sua edição de hoje o jornal Diário de S. Paulo. O Estado ainda contratou um grupo de Organizações Não-Governamentais (ONGs) que seriam responsáveis pela implantação do projeto, que nunca saiu do papel. O desperdício de recursos públicos ocorreu na gestão do tucano Geraldo Alckmin.

Notórios "planejadores", os tucanos sob o comando de Alckmin gastaram cerca de R$ 600 mil com a compra dos equipamentos, contrataram - sem licitação - a ONG Instituto Uniemp, que repassou parte dos serviços para outras três consultorias (IComNet Tecnologia da Informação, Object e Notória Consultoria - esta última de nome sugestivo para escapar de uma licitação). O projeto incluiu ainda a compra de 1.400 computadores (ao custo de R$ 7 milhões), feita pela Notória, ainda de acordo com o Diário.

O atual secretário da SAP, Antônio Ferreira Pinto, disse ao jornal que "não tinha conhecimento do assunto" e que determinará "apuração para verificar o motivo da aquisição do equipamento, como foi adquirido e por que não foi usado".

Faz parte da estratégia do grupo do governador José Serra "desconhecer" tudo o que envolve o governo do antecessor, como forma de desgastá-lo politicamente. É um jogo que se tornou rotina desde que Serra assumiu o governo e topa com um escândalo novo a cada semana. A idéia seria "descolar" seu governo do anterior, tentando passar a idéia de que não teria havido "continuação". Mera sugestão, sabemos!

Eis aí um caso de flagrante desperdício de dinheiro público. Cabe aos órgãos do Judiciário apurar todo o processo e punir os responsáveis, muitos dos quais podem ainda estar sob o guarda-chuva serrista na SAP e nas ONGs ligadas aos tucanos.

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