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domingo, 1 de março de 2009

Mais vale um gesto do que mil palavras


O ex-presidente FHC escreve hoje, dia 1º de março, um longo artigo O gesto e a palavra, no jornal O Estado de S. Paulo, no qual procura fazer críticas às democracias latino-americanas, ao governo Lula e tenta orientar, como sempre faz, o discurso da oposição brasileira.

Nada de novo no que ele escreveu: são velhos argumentos que revelam muito mais um inconformismo, carregado de uma dosagem exagerada de inveja por conta dos acertos do governo Lula, do que uma análise isenta capaz de contribuir com o Brasil e os brasileiros na escolhas de caminhos mais curtos para a superação da atual crise.

Veja o que ele escreve já no primeiro parágrafo: “Não se sabe com que palavras qualificar o que anda pelo mundo: recessão prolongada, depressão, fim do unilateralismo americano na política, multipolaridade, não-polaridade, etc. Por aqui o governo prefere passar em marcha batida sobre o que nos azucrina. Em vez de desenhar quadros sombrios ou róseos para o mercado, faz o decoupling à moda brasileira: descola a economia da política, precipita o debate eleitoral e, nele, vale o discurso vazio”.

O que desejava FHC? Que o presidente Lula saísse por aí pregando a catástrofe, se dizendo incapaz para enfrentar a crise? No fundo, desde quando sutilmente decidiu em 2002 “cristianizar” a candidatura Serra, FHC sonhava e jogava com um provável fracasso do governo Lula como forma de voltar, em vantagem, ao cenário político nacional.

Para a decepção do tucano de alta plumagem, o governo Lula tomou todas as medidas necessárias para diminuir o impacto da crise aqui no Brasil: reduziu tributos como incentivo a produção; antecipou em dois meses o aumento do salário mínimo - fortalecendo o poder de compra dos brasileiros; ampliou as nossas exportações; fortaleceu os programas de transferência de renda, entre outros o Bolsa Família; manteve todos os recursos das obras do PAC que, além contribuir com uma profunda reestruturação do país para sustentar o desenvolvimento interno, tem sido um instrumento de geração de emprego e renda; anunciou um ousado programa de construção de habitação popular, em suma, fortaleceu o nosso mercado interno como instrumento de combate a crise.

A política de juros altos, tão criticada por muitos, se transformou em um instrumento, que se usado devidamente, poderá se transformar numa arma eficaz de combate a crise. Enquanto outros países já reduziram no que podiam seus juros, o Brasil tem uma enorme margem para redução de sua taxa de juros, e isso poderá ser um instrumento para alavancar o nosso crescimento.

Antes, FHC dizia que o governo Lula surfava no bom momento porque passava a economia internacional. Como o Brasil, comprovadamente, está entre os países menos atingidos pela crise, o grão-tucano vem agora anunciando o “caos”, em um discurso do tipo “se colar, colou”, sem consistência fática, meros devaneios de quem vive a ansiedade de voltar ao poder e joga com a política do quanto pior melhor, obviamente para satisfazer apenas seus objetivos político-partidários.

O que será que o ex-presidente quis dizer ao escrever: “É verdade que não somos os únicos a encobrir as angústias apelando para gestos sem conotação, sequer alusiva, aos fatos e circunstâncias. Basta mencionar a campanha bolivariana pela reeleição perpétua, uma quase-caricatura da política. O significado da democracia se esboroou na "consulta popular". Se o povo quer o bem-amado para sempre, pois que o tenha e, como disse nosso presidente Lula, se a prática ainda não é boa para o Brasil, é questão de tempo. Quando a cidadania amadurecer, encontrará a fórmula de felicidade perpétua...".

Existe outra forma de democracia se não a consulta popular – sem aspas – ou será que o ex-presidente inventou outra fórmula e deixou para anunciá-la depois ou então deseja a volta do modelo da Grécia antiga - onde os chamados contempladores ( pensadores) financiavam o seu ócio às custas do trabalho escravo? Pode ser também que ex-presidente, tucano-mor, concorde com a frase não do nosso querido atleta, mas do Edson, “o povo não sabe votar”.

O que quer dizer o grão-tucano quando ele afirma que Lula separa a política da economia ou a política da realidade? Ora, o povo não vive de discurso, o empirismo reina na sociedade brasileira: o que move o comportamento político de nossa gente é muito mais o seu bolso, a sua panela, o seu emprego. O discurso do presidente Lula não teria nenhum eco, caso não tivesse respaldado na real melhora de qualidade de vida do povo. É aí que peca o discurso tucano, eles sim, descolados da realidade, ou como diz a canção “vivem sempre no mundo da lua”.

Clique aqui para ler o artigo de FHC.

3 comentários:

  1. Nossa! maravilhosa resposta. Vou recomendar esta matéria para todos meus amigos.

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  2. O príncipe tucano está sem rumo. Viva o governo do presidente Lula!!
    Da-lhe Dilma!!

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  3. Muitos apostavam no fracasso do governo Lula, na verdade, muito não acreditavam que Lula chegaria a Presidência da República, lembro-me, de meses antes das eleições de 2002, entre inúmeros comentários negativos à eleição de Lula, um deles foi que o dólar iria desparar, que as bolsas iriam despencar, e não se saberia como o Brasil sobreviveria com Lula Presidente, ou seja, desde aquela época, já não se apostava na capacidade de Lula governar um país, afinal, uma pessoa sem diplomas universitários, sem históricos de cargos em eleições anteriores, vindo do "povão", como uma pessoa destas terá condições de tomar à frente de um país, de descidir o futuro de uma nação?! À vista de muitos estudiosos e intelectuais, seria uma catástrofe.
    Nada melhor do que um tucano para continuar com as "heranças" deixadas por FHC, afinal, o país estaria em ótimas mãos. Lula assumiu a presidência, totalmente desacreditado, lembro-me de uma das primeiras entrevistas concedidas por nosso Presidente, e ele emocionou-se em dizer; "este é meu primeiro diploma", que aproveito a oportunidade em dizer, que esta frase marcou tanto minha vida, que muito do que conquistei e estou conquistanto em minha vida, é utilizando nosso Presidente de exemplo. E ele se saiu tão bem, que foi eleito novamente, para a frustração dos tucanos. O povo brasileiro, não é mais analfabeto político, como era antigamente, são poucos que não entendem nada de política em nosso país, afinal, a presidência não voltou para as mãos tucanas e nem a nossa prefeitura,que também não esta lá estas coisas, mas, não cabe ao mérito este assunto. Estamos apostando em caras novas, não aguentamos mais viver de promesas e enganação, o PT, também não é nenhum mar de rosas, como em qualquer outro partido, mas temos vereadores do PT, que ao discursar, não desviam o olhar, nos encaram nos olhos, fazem com que sintamos segurança em suas palavras e intenções e é disto que precisamos. Diferente de muitos outros, que caem em contradição em seus dizeres, se fazem surdos e mudos, e quando mencionamos a palavra "CPI", e esta for contra seus interesses ou alguém de seu partido, nunca é necessário, mas se for contra o PT...ahhhh o PT... tudo acontece só no PT, os tucanos são santos, e o povo é burro, ou inconseqüente, não sabe escolher seus candidatos, será mesmo que não sabemos? Att., DANEZY

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