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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Marta fala a revista Veja São Paulo sobre a cidade


Após um encontro reservado com o presidente Lula, na última quarta-feira, Marta Suplicy deixou o Ministério do Turismo e anunciou oficialmente que é candidata à prefeitura de São Paulo. Querendo voltar ao cargo que ocupou entre 2001 e 2004, a ex-prefeita e agora ex-ministra deu uma entrevista a VEJA São Paulo, publicada na edição deste fim de semana da revista. Na conversa, Marta falou dos problemas que vê hoje na cidade, e comentou sobre os erros e acertos de sua gestão. Entre outras coisas, se disse arrependida de ter criado as taxas do lixo e de iluminação.

Veja São Paulo – Qual é o principal problema da cidade hoje e como pretende enfrentá-lo?
Marta – Sem querer ignorar a situação difícil na saúde e na educação, diria que é o trânsito. O que pretendo fazer? Recuperar a capacidade de gestão da CET e ampliar o bilhete único, que pode ganhar duração semanal, mensal ou até anual. A longo prazo, construir mais corredores de ônibus e linhas de metrô. Para a Copa do Mundo de 2014, precisaremos de mais 260 quilômetros de corredores e 65de metrô.

Veja São Paulo – A senhora foi prefeita por quatro anos. Não acha que tem parte da responsabilidade pelo caos no trânsito, que já era um problema na sua gestão?
Marta – Pelo contrário. Enfrentamos a máfia de dirigentes do transporte para reformular os contratos das empresas com a prefeitura. Havia ônibus com mais de dez anos e perueiros clandestinos enlouquecidos pelas ruas. Implantamos o bilhete único, que virou um modelo para todo o Brasil. Criamos 100 quilômetros de corredores, enquanto a atual administração construiu 7. Fizemos túneis importantes e um pedaço significativo da Radial Leste.

Veja São Paulo – Do que a senhora se arrepende de não ter feito em sua gestão?
Marta – Eu me arrependo de algo que fiz. Das taxas. Muito. Mas não havia recursos. Nossa administração foi bem difícil no começo, porque pegamos um momento pós-Maluf e Pitta. Uma cidade completamente depredada, em ruínas. As administrações regionais eram antros e não prestavam nenhum serviço. Criamos um plano diretor, o que não existia em São Paulo havia mais de dez anos. A folha de pagamento da prefeitura era feita a mão! Nós a informatizamos. Agora, olhando em retrospecto, eu me arrependo das taxas, sim. Apesar de termos boa intenção, a população já havia enfrentado aumento no IPTU e se sentiu penalizada. É paradoxal, pois fui a prefeita que menos cobrou impostos em São Paulo. Na minha gestão, 62% dos contribuintes passaram a pagar menos IPTU. Ao mesmo tempo, outros 31% tiveram aumento, e aí acho que a mão pesou.

Leia a entrevista completa em VEJA São Paulo desta semana.

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