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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Só improvisação!


Há cerca de um mês, o prefeito Gilberto Kassab surpreendeu os paulistanos ao anunciar o corte no orçamento de 20% da verba destinada ao serviço de varrição e limpeza da cidade. Justificou-se argumentando queda nas receitas do município devido à crise econômica - alegação que provamos não ser verdadeira.

O que de fato ocorre nas finanças do município é um crescimento das receitas em relação ao mesmo período do ano passado e, considerando este período, o aumento foi de 5,45%, ou 0,7% - já descontada a inflação. Os números da arrecadação municipal, portanto, estão positivos.

O referencial do prefeito é o orçamento de R$ 27,5 bilhões aprovado nesta Casa. Só para ilustrar, o número citado diz respeito ao orçamento aprovado pelos vereadores. O projeto original enviado pela Prefeitura era de R$ 29,5 bilhões. Na ocasião, nós do PT denunciamos este valor orçamentário inflado por entendermos que era uma proposta irreal.

Os números apresentados pelo Poder Executivo significam um aumento de cerca de 20% em relação ao orçamento passado, que era de R$ 23 bilhões. Todos aqui na Câmara sabiam que tal revisão era impossível de ser alcançada. No entanto, naquela época - um mês antes das eleições municipais - no afã de justificar as promessas eleitoreiras de campanha, a base governista desfez dos argumentos da oposição e aprovou um orçamento fictício.

O que não é compreensível é que no ano de 2008 a Prefeitura gastou cerca de R$ 1 bilhão com serviços de coleta e varrição na cidade de São Paulo. Veja que propósito esquisito: em 2009, mesmo com o orçamento inflado de R$ 27,5 bilhões, o Poder Executivo reduziu a previsão orçamentária para esta área em R$ 76 milhões.

Ora, é clara a falta de coerência do Executivo! Basta olharmos os números. O que observamos é um total improviso na administração. Agora, pressionado pela opinião pública, que não aceita ver as ruas da cidade inundadas de lixo, o prefeito volta atrás - já não tem mais problemas com a arrecadação do município - e suspende o corte por ele anunciado.

Esta, não é a primeira vez que o prefeito volta atrás em atos por ele emitidos. Foi assim na faixa exclusiva para motos, anunciada com estardalhaço como se fosse uma novidade positiva para o transito de São Paulo. Foi assim com o fretamento que gerou caos na cidade e na prática tiveram que voltar atrás também. E, recentemente, anunciaram o corte na quantidade de refeições servidas para as crianças nas creches, e também recuaram. E agora, o lixo.

Infelizmente, a marca deste governo é o improviso, a cidade está à deriva, sem uma estratégia administrativa clara e com resultados muito ruins para os cidadãos paulistanos!

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