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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Secretário infla dado positivo sobre trânsito

Do jornal Folha de S. Paulo por Evandro Spinelli e Alencar Isidoro

"A gestão Gilberto Kassab (DEM) divulgou dados errados que inflaram os ganhos no trânsito após a restrição aos ônibus fretados implantada nesta semana em São Paulo.
No balanço oficial feito para avaliar os efeitos da medida, a Secretaria Municipal dos Transportes divulgou ter havido uma redução de 70% na média de congestionamentos anteontem de manhã, das 7h às 8h30, em relação às demais terças-feiras de julho deste ano.

A versão oficial divulgada à imprensa dizia que a lentidão caiu de 40 km para 12 km. Na verdade, a queda foi de 30% -de 16,4 km para 11,5 km.

A Folha identificou a comparação superdimensionada por ter acesso a alguns números oficiais mais completos das medições do trânsito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) -que a pasta dos Transportes, comandada por Alexandre de Moraes, tem se negado a passar oficialmente.

A Secretaria dos Transportes admitiu ontem a falha após ser questionada pela reportagem -e a atribuiu a um "erro na alimentação da planilha" da CET". Leia mais.

COMENTÁRIO: A Secretaria dos Transportes de São Paulo está na contramão da história. Enquanto em outras grandes metrópoles se investe na ampliação e qualificação do transporte público, na cidade de São Paulo, em vez de aperfeiçoarmos a modalidade de fretados que está dando certo, o secretário edita uma portaria restritiva que praticamente inviabiliza esta modalidade de transporte público.

Na década de 80, A CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo) operava uma modalidade semelhante aos fretados, os chamados ônibus executivos, exatamente para atender a um público de poder aquisitivo maior e estimular estes usuários ao uso do transporte coletivo.

Lembro a todos que a Lei que regulamenta o transporte público na cidade prevê esta modalidade de transporte operada pelos particulares. O que falta é vontade política dos responsáveis para disciplinar a matéria a contento, de modo a propiciar uma alternativa de transporte público apropriada para uma faixa de usuários que podem pagar um pouco mais por um transporte mais confortável e, em troca, deixar seus automóveis em casa.

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