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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

E agora, José?

O jornal Folha de São Paulo publicou hoje (4) a seguinte máteria:

"O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), garantiu ontem que o partido vai indicar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para disputar a reeleição. A decisão coloca em dúvida a aliança com o PSDB, que pretende lançar o ex-governador Geraldo Alckmin.
"A partir do momento em que ele [Kassab] tem condições, não consigo ver outra situação que não seja o Kassab como candidato", disse.
Segundo Maia, o objetivo de transformar Kassab em um político viável para a reeleição foi alcançado.
Maia diz que a aliança com o PSDB deve ser mantida porque ambos os partidos têm um interesse em comum: derrotar o PT. O deputado disse que já está conversando com o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), sobre as estratégias da oposição.
O presidente estadual do PSDB, deputado Mendes Thame, no entanto, disse ontem que Alckmin será o candidato a prefeito se assim ele desejar. "Na minha avaliação o Geraldo é o candidato. Vai depender muito da posição dele. (...) Mas se ele disser que é candidato, será o candidato", afirmou".

Aproveito a oportunidade para tecer algumas considerações sobre o processo político na cidade São Paulo: quando o Serra assumiu a prefeitura de São Paulo tentou desconstruir o governo Marta, a quem sucedeu, inventando falsas polêmicas do tipo: "O CEU é caro e desnecessário", se contrapôs à continuidade deste projeto prometendo aumentar o número de vagas na educação construindo escolas convencionais; deu "calote" nos fornecedores e prestadores de serviços questionando uma suposta falta de dinheiro e a licitude dos contratos; entrou na justiça para tentar barrar o contrato de concessão do lixo - alegando irregularidades - e teve que voltar atrás; fez o Procurador Geral do Município recorrer no Tribunal de Contas do Município (TCM), pedindo a anulação do parecer que aprovou as contas de 2004 da então prefeita Marta. É bom que se diga que as contas da prefeita de 2001, 2002, 2003 e 2004 foram todas aprovadas no TCM e na Câmara Municipal de São Paulo.

O Serra, de forma equivocada, politizando questões meramente técnicas, tentou de todas as formas desconstruir perante a opinião pública um governo (Marta) que possuia mais de 50% de aprovação na cidade. Sua visão estratégica de poder na cidade passava por tentar apagar, como se fosse possível passar uma borracha no período que o PT governou São Paulo.

O prefeito Kassab, percebendo a impossibilidade de desconstruir o governo anterior - já que a opinião favorável ao governo do PT, principalmente nos bairros periféricos, estava consolidada-, tratou de mudar de estratégia e implantou a seguinte política: retomar a construção dos CEUs, prosseguindo as obras já licitadas nos 24 terrenos que a marta havia anunciado quando prefeita; construir os dois hospitais, Cidade Tiradentes e M' Boi Mirim, obras que já estavam iniciadas na gestão anterior; concluir os piscinões do Córrego Pirajussara no bairro do Campo Limpo, Zona Sul, obra também do governo anterior; dar continuidade ao Paulistão, que no governo Serra/Kassab passou se chamar Expresso Tiradentes, projeto que prevê a extensão do antigo Fura-Fila até o bairro de Cidade Tiradentes, e está concluindo o complexo viário Jacu-Pêssego (que liga o fluxo de carros que vêm do ABC e Zona Leste à Rodovia Ayrton Senna), desafogando o trânsito da região central de São Paulo. Esta obra também foi iniciada no governo anterior.

Como se pode ver, o atual prefeito não está fazendo nada de novo a não ser dar continuidade àquilo que a ex-prefeita iniciou ou projetou para a cidade. Como se trata de obras importantes e estratégicas para o futuro de São Paulo, já era de se esperar que o prefeito Kassab, mesmo não tendo grandes realizações próprias, só pelo fato de dar continuidade àquilo que era bom, tivesse seu índice de popularidade em um bom patamar. Hoje é inegável que seu governo está melhor avaliado graças fundamentalmente à sua estratégia de continuidade dos projetos do governo anterior.

Bom para o Kassab e seu partido (DEM), ruim para os tucanos que terão de optar entre a aliança com o ex-PFL com o atual prefeito candidato ou correr em raia própria com a candidatura de Geraldo Alckmin.

Para viabilizar a candidatura de Alckmin o PSDB terá que explicar para a opinião pública por quais razões o governo Kassab não serve para São Paulo, aliás governo que eles comandam, já que todas as secretarias estratégicas são comandadas por tucanos indicados por Serra. Belo abacaxi que eles terão de descascar.

Concluo dizendo: se tudo que a Marta fez para cidade foi bom, se tudo que ela iniciou ou projetou é o que está sendo apresentado pelo prefeito atual e nada de novo ou quase nada está sendo feito, entre a cópia e o original fiquemos com o original. Por isso que a maioria do povo paulistano deseja a Marta de volta.

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