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sábado, 14 de fevereiro de 2009

Símbolos e Lugares de São Paulo (17)

O blog retoma a publicação da série Símbolos e Lugares de São Paulo com a pesquisa de Felipe Ramalho Rocha sobre um dos marcos arquitetôticos da Capital - o Teatro Municipal Ramos de Azevedo. O local é ponto turístico da região central e abriga grandes montagens do circuito erudito de óperas em solo paulistano.

Theatro Municipal



O palco da música erudita na cidade de São Paulo

No fim do século XIX, a aristocracia paulistana clamava por uma casa de espetáculos grandiosa, que pudesse receber as grandes companhias estrangeiras, que se apresentavam no circuito internacional já bem conhecido: Manaus, no Theatro Amazonas, Belém, no Theatro da Paz, Rio de Janeiro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em Buenos Aires na Argentina, no Theatro Cólon. A cidade de São Paulo contava apenas com pequenos teatros como o Teatro Provisório Nacional, Theatro Politeama, Theatro Minerva, Theatro Apolo, assim como o melhor deles o Theatro São José.

Iniciam-se em 1895, as discussões sobre a construção de um teatro especificamente para opera, com um projeto enviado para a Câmara Municipal que tramita sem sucesso. Quando em 1898 o Teatro São José é destruído por um incêndio, a Câmara lança um incentivo para a construção do novo teatro, mediante a isenção de impostos.

O Escritório Técnico de Ramos de Azevedo apresenta a proposta de construção. O local escolhido para a construção foi o Morro do Chá, que já abrigava o Novo Theatro São José. Com o projeto de Cláudio Rossi, desenhos de Domiziano Rossi e construção pelo Escritório Técnico de Ramos de Azevedo, as obras foram iniciadas em 1903 e finalizadas em 1911. O estilo arquitetônico é o eclético, em voga na Europa desde a segunda metade do século XIX. São combinados os estilos Renascentista, Barroco do setecentos e Art Nouveau, sendo o último o estilo da época.

A inauguração estava marcada para o dia 11 de setembro, mas devido ao atraso na chegada dos cenários da companhia Titta Ruffo, pois vinham de turnê pela Argentina, foi adiada para 12 de setembro. Houve uma grande aglomeração de pessoas no entorno do teatro, muitas admiradas pela iluminação com energia elétrica vinda de seu interior e pelo entorno. A noite foi iniciada com o trecho da obra “O Guarani”, de Carlos Gomes, devido à pressão da crítica paulistana. Seguiu-se depois a encenação da ópera “Hamlet”, de Ambroise Thomas, com o barítono Titta Ruffo no papel principal.

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