Páginas

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Deputados tucanos impedem CPI na Assembléia de SP

Do Jornal da Tarde hoje (12)

"A queda do secretário-adjunto de Segurança Pública, Lauro Malheiros Neto, acusado de corrupção, e a denúncia de que a empresa francesa Alston pagou propina de US$ 6,8 milhões para ganhar contrato do Metrô de São Paulo esquentaram a Assembléia Legislativa na última semana. Houve bate-boca entre a base governista e a oposição.

Os dois casos levaram o PT a buscar assinaturas para criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Mas o líder do governo na Casa, Barros Munhoz (PSDB), afirma que, se o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil já estão investigando, não há necessidade de CPI. “A Assembléia não é delegacia de polícia”, diz o tucano.

Mesmo se o PT conseguir 32 assinaturas do total de 94 deputados, a CPI entra na fila, esperando o fim de outras (veja quadro).

Suspeita de achaque

Subchefe da Segurança, Malheiros Neto caiu na terça-feira, em meio às acusações de ter recebido R$ 100 mil do investigador Augusto Pena, da Polícia Civil, suspeito de achacar a cúpula do PCC. Segundo testemunhas, o dinheiro veio da venda de carga roubada. E Malheiros teria reintegrado Pena, após ele ter sido afastado para uma sindicância.

O líder do PT, Roberto Felício, afirma que o caso pode ser indício de “ligações perigosas” entre o crime organizado e a Secretaria de Segurança Pública. Para ele, uma CPI que convoque os envolvidos, além do secretário Ronaldo Marzagão, é essencial nas investigações, mesmo que Malheiros tenha deixado o cargo. “Não é para investigar o secretário, e sim as ligações perigosas.”

Na bancada governista a posição é outra. “Eles (petistas) não querem investigação. É uma postura política contra o governo”, diz o tucano Barros Munhoz. “Já pensou se para cada denúncia tiver CPI?”

Propina em licitação

O Wall Street Journal , terça-feira, revelou que a Suíça e a França abriram inquérito para apurar se a multinacional Alstom teria pago US$ 6,8 milhões para vencer licitação de US$ 45 milhões do Metrô, entre 1998 e 2006 - governo dos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin.

O caso fez o deputado Enio Tatto (PT) desenterrar a idéia da CPI do Metrô, para a qual havia colhido 22 assinaturas após acidente que matou 7 pessoas nas obras da linha 4. Tatto já pediu informações à Polícia Federal. “Só na CPI podemos convocar autoridades”, diz Tatto.

Para o líder do PSDB na Assembléia, Samuel Moreira, não há elementos suficientes para abrir CPI, já que nem nomes nem datas precisas foram apresentadas. “Queremos a investigação, mas uma CPI só deve ser discutida quando o Ministério Público der evidências.”

Comentário: O bom político deve colocar sempre os interesses da coletividade em primeiro plano. Quando os interesses particulares e/ou partidários de um agente público se sobrepõem aos interesses de toda a sociedade temos aí um profundo desvio de conduta. É isto que está ocorrendo com os governistas que compõem o parlamento paulista. Para defender os interesses do PSDB, seus deputados e aliados impedem que o parlamento cumpra uma de suas principais funções que é de fiscalizar a ação do executivo, mesmo havendo indícios de irregularidades e de ilicitudes como bem denuncia a matéria do JT acima.

A coerência é um elemento fundamental para medir o caráter de um político. Infelizmente não tem sido esta a postura dos tucanos. No Congresso Nacional, eles fazem uma oposição do "quanto pior melhor", propõem CPI para investigar qualquer deslize por menor que seja. Já aqui no estado de São Paulo os tucanos utilizam manobras rasteiras para impedir qualquer instrumento parlamentar de investigação. É velha “máxima”, parecida com os conselhos maquiavélicos, em ação: "Para os amigos tudo, para os adversários o rigor da Lei".

Um comentário:

  1. Eu que não sou petista fico triste com esta oposição burra. Eles ficam xingando e o Lula crescendo.
    É muita burrice reunida em dois partidos

    ResponderExcluir