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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Muitas promessas, bastante dinheiro e poucas realizações


Do Jornal da Tarde

TIAGO DANTAS

"Já se passaram 1.096 dias desde que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) assumiu o mandato. Três anos à frente da prefeitura com o maior orçamento do País não foram suficientes para cumprir cinco promessas tidas como prioritárias – a administração possui um plano de metas com 223 propostas. Por ora, 60 foram concluídas.

“Fazendo uma análise só em cima dos números, podemos dizer que uma parte das metas foi cumprida”, afirma Maurício Broinizi, coordenador da Rede Nossa São Paulo, que criou o projeto de lei que obriga os prefeitos da capital a ter um plano de metas. “Para além dos números detecto um problema sério de gestão, de se executar o que está programado, já que não falta dinheiro.”

A vida de milhares de paulistanos poderia ser diferente se creches e hospitais tivessem saído do papel, mais guardas-civis tivessem sido contratados e o governo concluísse o corredor de ônibus da Avenida Celso Garcia e o Expresso Tiradentes. Essas cinco promessas ilustraram a primeira página do Jornal da Tarde de 27 de outubro de 2008, dia seguinte à última eleição municipal.

O texto relatava outros dois compromissos que foram atingidos pela gestão municipal: o repasse de R$ 1 bilhão para o Metrô e a isenção do Imposto sobre Serviços (ISS) para autônomos. Três anos após mostrar as propostas de Kassab, o JT procurou pessoas que são afetadas pelo descumprimento das metas. Além da sensação de desamparo, todas têm, em comum, a descrença em promessas feitas por políticos.

Comentário: São Paulo, sabidamente, é uma cidade de complexos problemas gerados a partir de seu crescimento desordenado. Com a complacência de seus governantes, os interesses econômicos ditaram as regras de ocupação do espaço urbano e, sem nenhuma preocupação com a qualidade de vida, fizeram do lucro a principal motivação, deixando um legado de caos urbano para as futuras gerações.

Infezmente, foram poucos os governantes que conseguiram apontar soluções estratégicas de médio e longo prazo numa perspectiva urbanística voltada para os interesses coletivos. A maioria sempre prefere trilhar o caminho das promessas fáceis ou até mesmo em fazer alianças com os interesses econômicos em detrimento de uma cidade saudável.

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