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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Problema das enchentes em debate no plenário


Ontem fiz um discurso na Câmara Municipal no qual analisei o complexo problemas das enchentes em São Paulo, ainda mais agravado neste ano por uma série de fatores - dentre os quais a falta de planejamento para a cidade. Reproduzo abaixo um trecho da minha fala da tribuna da Câmara sobre o tema, com base nas notas taquigráficas da Casa:

SR. VEREADOR JOÃO ANTONIO (PT) – Sr. Presidente, nobres Vereadores, telespectadores da TV Câmara São Paulo, é uma honra falar após o discurso do nobre Vereador Gilberto Natalini.

Seu discurso, em alguns aspectos, abordou questões relevantes no que diz respeito à causa das enchentes. Porém, em outros aspectos, politizando exageradamente um tema e tentando responsabilizar, ou melhor, ausentar-se ou livrar-se de um assunto caro politicamente para os que governam o estado de São Paulo há mais de 16 anos. Governaram o País por oito anos.

Portanto, são bastante responsáveis nesse processo. É óbvio que são vários os elementos que justificam as enchentes na cidade de São Paulo. É claro que houve uma ocupação desordenada na Cidade e por muito tempo o poder econômico ditou as regras do crescimento de São Paulo.

É claro, também, que para além do chamado centro expandido pouco se realizou em termos de infraestrutura urbana. Devemos reconhecer que o tipo de impermeabilização do solo na cidade de São Paulo foi executado de forma equivocada. Por exemplo, as avenidas de fundo de vale tornando impermeáveis as poucas áreas que poderiam estar até hoje permeáveis, é um erro urbanístico. Entendo também que não há vontade política por parte da administração em relação aos parques lineares – uma solução apresentada historicamente, para fazer acontecer na velocidade necessária.

Pelo contrário, o que vemos é que as poucas áreas impermeáveis que margeiam o Tietê estão tornando ainda mais impermeáveis com a obra chamada Nova Tietê. Há erros históricos na cidade de São Paulo, mas não há vontade política dos governantes atuais de iniciar o processo de reversão deste quadro.

Há erros também de estratégia de como o Governo encara o problema das enchentes. Vejam bem: na região onde eu e o Vereador Zelão moramos existe a obra, o aprofundamento da calha do Rio Tietê. O PSDB investiu mais de dois bilhões e meio naquela obra, prometendo acabar com o problema das enchentes na região da Marginal do Tietê. O que presenciamos é uma obra com pesado investimento financeiro, com denúncias de super faturamento e outras 'cositas mas', ou seja, não foi resolvido o problema de enchentes da região.

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