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segunda-feira, 2 de abril de 2007

Motos nas faixas de ônibus

Como moro na periferia de São Paulo, tenho que andar longa distância para chegar à Camara Municipal. No meu trajeto, noto todos os dias uma enorme subutilização das faixas exclusivas de ônibus. Claro que não defendo a ocupação delas nos períodos de pico para automóveis. Porém, tenho notado que o tráfego de motos pelas faixas exclusivas em quase nada atrapalha a circulação dos coletivos.

Apresentei no Legislativo Paulistano o Projeto de lei 0082/07 liberando as faixas exclusivas para as motos.

Li hoje(2) na seção Diário do Leitor do jornal Diário de S. Paulo carta do leitor Eraldo Rico Jr tecendo críticas ao meu projeto. Ele disse que "eu deveria brigar por um transporte de massa ao invés de brigar por baderneiros" - é assim que ele se refere aos motociclistas.

Em primeiro lugar, não os vejos como baderneiros. Em sua maioria são pessoas honradas que batalham pela sua sobrevivência e que se utilizam dessa modalidade de veículo para baratear seus custos e se deslocar rapidamente para o trabalho. Quero também esclarecer que não vejo nenhuma incompatibilidade entre o meu projeto e a defesa de um transporte de massas. Ao contrário dos automóveis que de fato atrapalham, as motos - por serem veículos velozes - em nada atrapalhariam. Caso a liberação ocorra, estaremos contribindo para diminuir os acidentes, uma vez que os usuários de motos são as principais vítimas do caótico trânsito da cidade.

Outra crítica o que o citado leitor me faz é que eles (usuários de motos) já usam os corredores exclusivos, contribuindo com o caos estabelecido nos corredores e critica também a falta de fiscalização. Com uma coisa estou de acordo: o poder público não fiscaliza, portanto há uma constante invasão das faixas exclusivas por todo tipo de veículo. É verdade também que os motociclistas já se utilizam das faixas exclusivas. Discordo que as motos contribuam para piorar o já combalido sistema de corredores exclusivos.

Vamos ao debate. Nada é imutável, meu projeto tem a função de abrir o debate e, em decorrência deste, virão os aperfeiçoamentos da proposta.

Um comentário:

  1. Muitas pessoas veem os motociclistas como baderneiros do transito porque nunca os seus problemas foram tratados com seriedade! Na verdade, os ditos motoqueiros, são trabalhadores que tem uma carga desumana de trabalho e, para cumpri-la, fazem loucuras. Se repararmos bem, a maioria são jovens, que tem essa atividade porque não tem opção melhor. Devemos nos concientizar que as motos são uma realidade no trânsito e devem ser olhadas com mais critério. Pela primeira vez, um vereador começa elaborar regras visando uma convivência pacífica entre os motociclistas e o trânsito de São Paulo. Se o leitor que fez a crítica, pensar bem, verá que a autorização do motociclista em trafegar nas vias dos ônibus, contribuirá para melhorar essa convivência. Hoje, as motos circulam entre carros porque não existe uma faixa própria para eles e também porque a faixa de ônibus é proibida para eles. Os que se arriscam a entrar na faixa dos ônibus, saem quando veem fiscalização e depois tornam a entrar. Ficam num entra e sai constante, podendo aí sim sofrer ou provocar um acidente.
    A categoria dos motoboys e motociclistas em geral, encontrou a mão justa do vereador João Antonio para colocar ordem nessa relação motos versus carros. E isso não prejudica o transporte coletivo. Aliás, se mais pessoas perceberem que andar de moto tornou-se um evento seguro, trocarão o seu carro pela moto. Reparamos que a maior parte dos carros trafega apenas com o seu motorista.
    As lutas e o trabalho do João Antonio pela melhoria do transporte coletivo, continuam. Apenas se somou mais uma preocupação que é de ver com responsabilidade essa categoria de motoboys que sempre foi marginalizada.

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