Defendi a manutenção do instituto da reeleição no Brasil em postagem do dia 16 passado aqui no blog (A quem interessa o fim da reeleição?). Hoje (18), coincidiu de o jornal O Estado de São Paulo tratar do tema no editorial intitulado A trama do fim da reeleição, no qual disserta sobre os interesses que estariam por trás da idéia de se abolir esse processo - que o jornal considera ter surgido como "um casuísmo em benefício do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso".
O editorial do Estadão é claramente favorável à manutenção da reeleição, atribuindo a idéia do seu fim a "interesses do pequeno mundo dos politiqueiros". Não compartilho dessa observação do jornal, embora ache que o editorialista acertou ao afirmar que a eventual mudança poderia ser feita se, pelo menos, "os interessados" ouvissem o que pensam "os 126 milhões de eleitores brasileiros".
Reafirmo minha posição favorável ao processo por entender que este não foi testado suficientemente e, portanto, sua suspensão pura e simples não faria bem à jovem democracia brasileira.
Considero que seria importante o debate ser ampliado - o povo precisa ser ouvido para dizer o que pensa sobre o assunto. E a melhor forma de se fazer isso é convocando um plebiscito. A oportunidade está próxima: a consulta ao eleitorado poderia ser feita já nas eleições municipais de 2008. Reforço: por que não perguntar ao povo se ele concorda em manter ou acabar com a reeleição?
É fundamental fortalecermos a democracia direta - e digo isso reafirmando o que já escrevi aqui no blog em postagens antigas. Afinal, este e outros temas que dizem respeito à vida da população e do eleitorado merecem uma apreciação de quem é o detentor e fiador direto da democracia. É assim que funciona em democracias das mais antigas - dos Estados Unidos à Europa.
Finalizo com outro trecho do editorial do Estadão:
"Dizem os juristas que lei boa é lei antiga - a que passou pelo teste do tempo. Claramente é cedo para saber se a reeleição fracassou nessa prova".
O que o leitor do blog acha do tema?
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