Por Celina Sales
PORQUÊ O DIA 8 DE MARÇO
No bojo das manifestações pela redução da jornada de trabalho 129 tecelãs da Fábrica de Tecidos Cotton, em Nova Iorque, cruzaram os braços e paralisaram os trabalhos pelo direito a uma jornada de 10 horas, na primeira greve norte-americana conduzida unicamente por mulheres. Violentamente reprimidas pela polícia, as operárias, acuadas, refugiaram-se nas dependências da fábrica. No dia 8 de março de 1857, os patrões e a polícia trancaram as portas da fábrica e atearam fogo. Asfixiadas, dentro de um local em chamas, as tecelãs morreram carbonizadas.
Durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada em 1910 na Dinamarca, a famosa ativista pelos direitos femininos, Clara Zetkin, propôs que o 8 de março fosse declarado como o Dia Internacional da Mulher, homenageando as tecelãs de Nova Iorque. Em 1911, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa. A partir daí, essa data começou a ser comemorada no mundo inteiro.
O QUE SE PRETENDE COM A CELEBRAÇÃO DESTE DIA - Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher.
Fiz essa introdução pois tenho me preocupado com o avanço da “mercantilização” desta data, coisa que vem acontecendo de uns quatro anos para cá. Agora recebemos flores, presentes e as lojas começam a veicular propagandas cheias de glamour com o objetivo de alavancar suas vendas.
DICA DE VÍDEO - O filme que indico hoje é baseado em fatos reais e nos convida a fazer uma reflexão sobre uma situação que atinge milhares de mulheres em todo o mundo: a violência doméstica.
Título Original: Provoked: A True Story
Título Nacional: Provoked: A True Story
Gênero: Drama
Ano de Lancamento: 2006
Duração: 113 minutos
Direção: Jag Mundhra
Elenco: Aishwarya Rai, Kiranjit Ahluwalia, Miranda Richardson, Veronica Scott, Naveen Andrews, Deepak Ahluwalia, Ray Panthaki, Ravi Nandita Das, Radha Dalal Robbie Coltrane.
Sinopse: O filme é baseado na história real de Kiranjit Ahluwalia uma indiana que deixa a Índia para se casar e vai morar na Inglaterra. Ela chega em sua nova casa cheia de afeto e otimismo com seu marido Deepak (Naveen Andrews). Ela quer continuar seus estudos em Direito conforme sua família prometeu e constituir uma nova família. Mas o futuro lhe reservou apenas sofrimento. Quando seu marido lhe bate pela primeira vez, ele mostra remorso. Porém, a violência se torna cada vez mais fácil, e a vida de Kiranjit se torna um verdadeiro inferno.
Por 10 anos ela sofreu de abusos e violências recorrentes. Num momento de desespero ela mata o marido. Presa, é sentenciada à prisão perpétua pelo assassinato. O que pensar da história de uma mulher que dá graças a Deus por ir para a prisão para começar a experimentar o que é "Liberdade"?
O filme tem esse título numa referência a um termo jurídico (não sei de qual legislação) que diz mais ou menos assim: se a pessoa matar logo após sofrer uma violência pode haver um entendimento de que foi em legítima defesa. Duas horas depois da violência sofrida a pessoa já superou a provocação, esfriou a cabeça, portanto poderia evitar o crime.
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