Páginas

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Será ineficiência ou falta de estrutura?

Do Jornal da Tarde, hoje (26)

"O índice de resolução dos homicídios investigados pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) caiu pelo segundo ano consecutivo, depois de atingir uma marca histórica em 2005. Em 2007, o índice de resolução do setor da Polícia Civil responsável por identificar e prender autores de assassinatos na Capital foi de 46,9%dos casos investigados. O índice já havia caído de 65,5%, em 2005, para 56%, em 2006.

O índice de esclarecimento do DHPP leva em conta os casos em que o departamento mandou à Justiça os acusados pelos homicídios. Mas nem todos os casos de homicídio são encaminhados ao DHPP. Os DPs costumam ficar com as investigações quando a vítima é socorrida. Foi o que aconteceu no caso da menina Isabella Nardoni, que ficou sob responsabilidade do 9º DP. Ao DHPP são delegados os casos em que a vítima morre no local ou em situações excepcionais.

Entram na conta casos ocorridos em anos anteriores que continuam a ser investigados. Assim, em 2001, ano em que o DHPP começou a medir o índice de esclarecimento, de um total de 5.664 inquéritos policiais em andamento, apenas 1.158 foram esclarecidos, resultando em um índice de 20,4% de resolução. Em 2005, ano em que o DHPP conseguiu a sua melhor performance (veja quadro ao lado), foram esclarecidos 1.388 casos de um total de 2.119, um índice de 65,5%.

Nos dois últimos anos, porém, houve uma queda no índice. Em 2006, foram esclarecidos 56% dos 1.844 casos investigados. Em 2007, 46,9% dos 1.499. Para o delegado Carlos José Paschoal de Toledo, diretor do DHPP, a queda na taxa está relacionada com a diminuição simultânea do número de homicídios na Capital. Desde 2000, esse tipo de crime caiu 71% , passando de 5.327 na virada do século para 1.534 no ano passado".

Comentário: Infelizmente convivemos com uma realidade muito cruel. Nos bairros periféricos a violência campeia solta. Chacinas e mortes de inocentes deixam marcas em centenas de famílias, são cicatrizes expostas que nem o tempo consegue apagar. Como o sensacionalismo da mídia não está presente, na maioria dos casos as vítimas ficam jogadas à própria sorte, à mercê da ineficiência ou da falta da estrutura da polícia para desvendar crimes que são tão cruéis quanto o caso Isabella.

Nenhum comentário:

Postar um comentário