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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Plano tucano é piorar ainda mais a Educação?

Matéria de destaque em três jornais de hoje (15), o fracasso do sistema educacional paulista pode ser "aprofundado". É o que promete o governo do tucano José Serra, que estabeleceu uma meta esdrúxula de "22 anos" para melhorar a educação estadual. Acontece que o mesmo partido e o mesmo grupo tucano governam São Paulo há pelo menos 13 anos e o resultado foi exatamente este: piora de todos os índices educacionais. Ao que parece, o tucanato tem um plano para "piorar ainda mais" o sistema educacional, visto que em mais de década conseguiu levar a situação a níveis vergonhosos - isso no estado mais rico da federação.

Veja abaixo trecho de matéria do jornal O Estado de S. Paulo de hoje que tem, além dos dados da vergonha educacional, uma afirmação curiosa da atual secretária da Educação do governo Serra:

De 0 a 10, ensino médio de SP tira 1,4

Só 2 colégios públicos do Estado têm índice 5 no Idesp, indicador que considera nota e adequação do aluno à série

"O primeiro Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo (Idesp) mostra que as escolas estaduais paulistas estão longe de chegar ao nível de ensino de países desenvolvidos. O indicador foi feito a partir de uma fórmula que leva em conta as notas dos alunos no Saresp, uma avaliação feita pela Secretaria da Educação, e a taxa de crianças na série adequada para a idade.

A situação pior está no ensino médio, em que o índice é de 1,41 atualmente, numa escala de 0 a 10. O objetivo traçado pelo governo é chegar a 5 em 2030. No ensino fundamental, as metas são mais altas. Hoje, as escolas de 1ª a 4ª série têm Idesp de 3,23 e a meta é 7. Nas de 5ª a 8ª, o índice é 2,54 e a meta, 6, perto do que teriam países como Reino Unido, Finlândia e Coréia. A comparação com outras nações é possível porque o Ministério da Educação (MEC) já havia feito essa simulação quando lançou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2007.

Esse índice nacional leva em conta a Prova Brasil e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Assim como o Ideb, o Idesp traça metas a serem atingidas a cada ano por todas as escolas. Elas devem melhorar o desempenho até 2030, 'quando São Paulo poderá ter escolas como as finlandesas', diz a secretária estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.

Atualmente, apenas duas escolas de ensino médio do Estado já têm índice 5. E cinco escolas de 5ª a 8ª série já chegaram a 6. Nenhuma de 1ª a 4ª chegou ainda à meta 7. Os indicadores de cada uma das cerca de 5 mil escolas do Estado serão divulgados hoje pelo governo estadual".

COMENTÁRIOS: A afirmação da secretária Maria Helena Guimarães de que "São Paulo terá escolas como as finlandesas" (daqui a 22 anos) não deve ser levada a sério, principalmente se essa política danosa prosseguir. Soa como piada se comparada situação paulista à finlandesa.

A Finlândia é considerado o país "nota dez" em educação porque tem uma política educacional séria, uniforme e construída ao longo de décadas. Veja abaixo um trecho de matéria do jornal espanho El País, publicada em dezembro de 2006, sobre o sistema educacional da Finlândia:

Finlândia é nota dez em educação

" Os professores, e a própria ministra da Educação, Tuula Haatainen, o atribuem em grande medida à sólida formação dos docentes e a um quadro educacional muito claro. "Temos um sistema uniforme, obrigatório e gratuito que garante a eqüidade e o acesso para todos; o corpo docente é altamente qualificado e as mães, incorporadas ao sistema de trabalho, são as primeiras a motivar seus filhos a estudar", resume a ministra. O sistema educacional finlandês é público e gratuito desde a infância
até o doutorado na universidade. Além disso, é obrigatório dos 7 aos 16 anos. Nessa etapa todos estudam a mesma coisa e o governo pretende que o façam no mesmo edifício, ou o mais perto possível, para garantir um acompanhamento continuado do aluno.

O Estado define 75% de disciplinas comuns e o resto é organizado pelo colégio, com a participação ativa de estudantes e famílias. Há ampla liberdade para projetar o dia-a-dia escolar, portanto não é fácil falar do sistema de maneira geral. Mas há alguns aspectos comuns. A formação dos professores é um deles. Todos têm de ter cinco anos de formação, um terço da qual será de conteúdo pedagógico.

"Não basta saber matemática", dizem. E a maioria, como lembra a ministra, tem um ano a mais de estudos, um mestrado. Os professores acreditam que o salário poderia ser um pouco maior que os cerca de 2.300 euros (R$ 8.300) brutos por mês; mas estão contentes com as 13 longas semanas de férias por ano (os espanhóis têm mais de 16). A jornada semanal é de 37 horas, mas nem todas são de ensino em classe".

MAIS UM DETALHE: as salas nas escolas finlandesas não têm mais do que 20 alunos, enquanto em São Paulo o ensino médio chega a comportar mais de 50 anos por sala. Infelizmente esta é a realidade que se agravou com essa política desastrosa do tucanato nos últimos anos. Por essa promessa de melhorar a educacação não pode ser levada a sério. Infelizmente!

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