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terça-feira, 11 de setembro de 2007

Ingerência, troca-troca e caos na Saúde

Tenho postado com freqüência aqui no blog matérias abordando a situação da saúde pública na cidade de São Paulo. Quase sempre são matérias críticas, até porque não temos o que elogiar, em se tratando dos serviços prestados nesta área pela Prefeitura.

Nas UBS (Unidade Básicas de Saúde) faltam médicos, remédios e funconários, o que tem gerado um atendimento de péssima qualidade. As Unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) - que foram anunciadas com alarde como a solução para as especialidades - acumulam filas e a maioria dos exames demora até 90 dias para serem realizados. Os pronto-socorros estão abrrotados de pacientes e faltam vagas para internações nos hospitais do município.

Não adianta eles tentarem pintar um quadro perfeito, a realidade os denucia. Só quem nunca precisou dos serviços públicos de Saúde em nosso município pode ser ludibriado pelo discurso fantasioso do prefeito. Tanto é verdade que o jornal Folha de S. Paulo publica hoje: Sob pressão dos aliados - especialmente no governo do Estado - e insatisfeito com o ritmo das obras no setor, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anuncia hoje a exoneração da secretária da Saúde, Maria Aparecida Orsini. Terceira titular da Saúde do governo Serra/Kassab, ela será substituída pelo secretário de Gestão, Januario Montone. A vaga de Montone deve ser ocupada por sua adjunta, Márcia Regina Ungaretti.

Esta atitude do prefeito é o reconhecimento público de que a área da saúde não vai bem. Mesmo investindo pesadamente em propaganda, as pesquisas de opinião qualificam a saúde como de péssima qualidade.

Outro problema vivido pelo prefeito Kassab é a ingerência indevida do governador na administração da cidade. O prefeito é manietado pelo Serra, que tenta - sem dissimulação - mandar na cidade. Pelo menos é o que inferimos quando lemos também na Folha notícia do tipo: "Segundo aliados de Kassab, Orsini era alvo de críticas da equipe do secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Barradas, principalmente em relação à agilidade na celebração de convênios para a instalação de AMAs (assistências médicas ambulatoriais), espécies de pequenos prontos-socorros. Orsini teria sido muito cobrada na última reunião de trabalho com o governador José Serra, Barradas e Kassab. Periodicamente, o grupo se reunia para discutir política para o setor. A última teria sido dura."

O pior, é que o prefeito aceita a condição de ser uma espécie de "secretário do Serra para assuntos da Capital". Infelizmente a nossa cidade não merece isso, ainda mais em se tratando de uma área tão importante como é o caso da saúde. Por fim, não sou da política do quanto "pior melhor", pelo contrário, tudo o que estiver ao meu alcance pretendo contribuir para melhorar os serviços públicos do nosso município. Porém, existe um problema de gestão na Prefeitura de São Paulo. Os nossos gestores estão descolados da realidade, vivendo em um mundo de fantasias, sem as mínimas condições de apresentar soluções para o problema da saúde pública da cidade.

PS: Nem sempre o problema é do técnico, as vezes é o time o responsável pelo mal desempenho. A saúde pública em São Paulo é o exemplo disso: nos três anos de Serra/Kassab já passaram pela secretaria três secretários de saúde e o caos nesta área só tem aumentado.

Um comentário:

  1. Posto de Saúde agora é na Escola!

    Bom dia, Vereador João Antonio e leitores do Blog!

    Hoje pela manhã (quarta-feira) no telejornal da Record o Prefeito Kassab anunciou um novo programa mirabolante na área da saúde.

    Vejam só:

    Uma Equipe volante visitará todas as escolas municipais duas vezes por ano examinando todas as crianças à partir dos 2 anos de idade. Nas contas do perturbado prefeito entre alunos e pais serão 5 Milhões de pessoas atendidas, portanto, praticamente a metade da população será atendida.

    Pergunto:

    - Por que o Prefeito não completa as equipes do PSF? (Programa de Saúde da Família)
    - Por que o Prefeito não amplia o PSF aonde não existe?. Só para lembrar, o Governo Federal é quem paga a maior parte dos custos.
    - Para aonde serão encaminhados esses novos pacientes? Para as AMA's? Para as UBS? Para os Hospitais?

    Ora, sou Conselheiro Muicipal de Saúde, moro no Itaim Paulista - Zona Leste e visito Unidades de Saúde, bem como Hospitais. Estive ontem (11/09) no Hospital Geral do Itaim Paulista, presenciei o pátio do prédio lotado de pacientes e fui informado de que os atendimentos não passavam além do Clínico Geral, Pediatra e Ginecologista.

    Vejam que não falei de especialidades. É porque não tem para aonde encaminhar. Por falar nisso, desde 2005 os Prefeitos Serra/Kassab prometem implantar um Ambulatório de Especialidades no prédio da UBS Texima que a Ex-Prefeita Marta Suplicy construiu. A desculpa agora é a parceira O.S Santa Marcelina que não está conseguindo contratar profissionais.

    Lá vai mais perguntas. Cadê o Ministro Genérico? Não foi eleito prefeito com a promessa de uma solução para a saúde?

    Um abraço.

    Henrique - São Paulo

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