Um deputado é acusado de comprar notas frias e acaba sendo indicado para a liderança da bancada na Câmara dos Deputados. O detalhe: ele é um tucano. Eis o que levou os principais jornais a noticiarem o fato com "cautela".
O parlamentar em questão é um tucano de Goiás, Leonardo Vilela, que havia sido indicado líder da bancada de oposição na Câmara. A indicação dele durou apenas quatro horas, o tempo necessário para que se descobrisse seu envolvimento com o escandaloso caso do Banco Regional de Brasília - que já se sabe ter ligações com o escândalo do banco paulista Nossa Caixa.
Lamentavelmente essa tem sido a postura de parte da imprensa quando se trata de tucanos e aliados pegos com a mão na cumbuca da corrupção. Quando o acusado é alguém do PT ou ligado à coalizão do governo Lula, busca-se a cruz, a espada e acende-se a fogueira. E isso, convenhamos, não é o melhor retrato de uma cobertura isenta, como insistem alguns veículos de comunicação em seguidos editoriais esses dias.
A cautela, o cuidado e a presunção da inocência são regras atropeladas por parte da imprensa em muitas coberturas da área política. O exemplo acima deveria ser regra - o tratamento de modo cauteloso com acusações - e não exceção.
PS - Parafraseando uma expressão cunhada por um antigo colunista social, "ser tucano é outra coisa".
Nenhum comentário:
Postar um comentário