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domingo, 12 de agosto de 2007

Sonegar informações é uma operação de risco

Desde o início dos primeiros governos tucanos - e a situação se agravou com Geraldo Alckmin-, a população paulista não tem tido acesso a informações confiáveis. Tanto é verdade que somente depois de encerrada a fase Alckmista é que vieram à tona escândalos diversificados. Embora denunciadas pela oposição, essas falcatruas e problemas graves de administração sempre eram tratadas com desdém por setores da imprensa, não conseguindo chegar aos cidadãos como de fato eram.

A prática tucana de sonegar informações sempre foi uma tática política que deu frutos eleitorais, ajudando-os a ficar no poder esse tempo todo. Assim foi no caso do crescimento vertiginoso do crime organizado, do sucateamento da educação, da saúde e das privatizações danosas aos interesses públicos. Tudo isso era apresentado como "a jóia da coroa", ganhava uma capa de "credibilidade" de parte da mídia e a sociedade ia "comprando" a idéia da "eficiência" tucana.

Eis que o dique se rompeu na última eleição presidencial, quando os brasileiros e paulistas começaram a descobrir a verdadeira face do tucanato, especialmente o paulista. O governador José Serra fez todo o esforço - usando as mesmas regras do antecessor - para se descolar de Alckmin e conseguiu esticar mais a permanência do PSDB no governo de São Paulo. Mas já era tarde e o dique estava rompido.

Mesma tentando "proteger os amigos", parte da mídia não conseguiu ficar alheia à conjuntura e passou a publicar seguidos escândalos da Era Alckmin que agora se estendem ao período Serra: o desvio das verbas da Nossa Caixa para sustentar deputados da base aliada, os escandalosos desvios de recursos da CDHU, a implosão superfaturada do Carandiru, a licitação suspeita da Sabesp com a Gautama, o grave acidente da Linha 4 do Metrô (informações até hoje escondidas do público!), as ONGs que desviaram milhões do sistema prisional, os superfaturamentos nos projetos da Calha do Tietê e do Rodoanel - enfim um carrossel de escândalos sem fim.

Agora o governo Serra aposta em nova sonegação de informações ainda no caso da construção problemática da Linha 4 (Amarela), do Metrô paulistano. O surgimento de um novo buraco abre, mais uma vez, fissuras no apoio do qual o tucanato goza em boa parte da mídia. Veja o que diz a Folha de S. Paulo em editorial deste domingo (12) acerca de um novo buraco que surgiu na mesma obra onde morreram sete pessoas em janeiro deste ano:

Desconfiança no metrô

"A OBRA DA linha 4 do metrô de São Paulo volta a causar apreensão nos que moram ou circulam pela zona oeste da capital. Quase oito meses, completados hoje, após o desastre que abriu uma cratera em Pinheiros e matou oito pessoas, um novo buraco surgiu em rua movimentada do bairro. Desta vez não houve vítimas, mas os cidadãos prosseguem desorientados diante da ausência de informações tempestivas e confiáveis sobre riscos reais de o chão desaparecer sob seus pés.
São 12,8 km de túneis em construção, boa parte em terreno notoriamente instável, a ponto de engenheiros qualificarem-no como "podre". Dez acidentes já se verificaram. Sob tais condições, compreende-se a dificuldade de predizer local e momento exato de desabamentos, mas não o despreparo reiterado do poder público para fazer frente a eventuais emergências". Leia mais (para assinantes da Folha/UOL).

Comentário adicional - A aposta tucana nesse jogo é um risco, mas um risco ao qual está exposta a sociedade, e não o grupo político liderado hoje por Serra e por partidos aliados.

Um comentário:

  1. O mal eles escondem, o bem eles não praticam, no entanto mostram através da propaganda.

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