A Folha de S. Paulo deste sábado (16) traz dois artigos na seção Tendências/Debates sobre a questão dos cartões corporativos. Um deles é assinado pelo senador tucano amazonense Arthur Virgílio. No texto, o parlamentar oposicionista mostra a "malandragem verbal" típica dos tucanos quando estes resolvem "abrir o bico". Ele aponta o dedo o tempo inteiro para o governo federal, quando o uso escandaloso dos cartões (no caso do governo de São Paulo) e das verbas de "adiantamento" (na prefeitura de São Paulo) está justamente em governos controlados por seu partido.
Logo no início do artigo, Virgílio faz uma afirmação que cabe como uma luva nos governos tucanos de São Paulo: "Pelo que a mídia vem divulgando fartamente, o mau uso dos cartões corporativos, no âmbito do Poder Executivo, tem afrontado a legalidade, a moralidade e a publicidade".
De fato, a mídia vem divulgando que o governo Serra gastou, em 2007, R$ 108 milhões com cartões de débito e a prefeitura repassou quase R$ 68 milhões a um grupo de funcionários municipais. Tudo sem qualquer transparência ou divulgação, ao contrário do que faz o governo federal - que publica os gastos na internet.
Quando o senador fala de uma suposta "distribuição farta" de cartões - tentando atribuir isso ao governo do presidente Lula -, tenta supor que em São Paulo a coisa funcionaria bem. Na verdade, os cartões distribuídos no âmbito federal são cerca de 7 mil, enquanto Serra deixou nas mãos de funcionários estaduais nada menos que 42 mil cartões de débito. 42 mil cartões! Isso sem esquecer que a equipe do Serra comprou produtos e pagou serviços os mais estranhos de que se tem notícia até hoje, conforme o jornalista Paulo Henrique Amorim divulgou recentemente no blog dele (clique aqui para reler).
Enfim, é só confrontar os números para perceber o quanto esse modo de fazer oposição é capenga. Não se sustenta ao ser confrontado com os números, com a realidade.
Por isso se diz que tucano tem bico grande e vôo baixo...
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