Do jornal Gazeta Mercantil, de hoje (3):
Ganhos reais sem impacto na inflação
"Inflação em baixa e economia aquecida estão garantindo aos trabalhadores não só a reposição das perdas salariais mas também ganhos reais de até 3%. Tendência verificada desde 2006, a prática se consolida neste ano e deve continuar em 2008, embora, para alguns analistas, com ganhos reais menores em alguns casos.
Representantes dos trabalhadores, das empresas e economistas ouvidos por este jornal são unânimes em reconhecer que tais reajustes não alimentam a inflação. "São três os pilares que sustentam esses aumentos", diz o surpervisor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre de Oliveira.
"Os baixos patamares da inflação, o crescimento econômico como um todo e a própria ação dos sindicatos, que estão mais organizados e mais fortes", avalia. "Se esse cenário positivo se mantiver, estaremos cada vez mais próximos de 100% dos acordos salariais que, pelo menos, zerem a inflação". No primeiro semestre, restaram 3% dos reajustes abaixo do INPC.
Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atual consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), acrescenta outro fator determinante para o atual processo: o contínuo crescimento da produtividade, sobretudo da indústria. "Enquanto os ganho reais (nos reajustes dos pagamentos) não forem artificiais, ou seja, estiverem colados ao crescimento da produtividade, não há risco de inflação."
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