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quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Nicarágua libre

Em 1979, vibrei com a derrocada da ditadura de Anatasio Somoza, ditador nicaragüense que governou aquele país nos períodos de 1967 a 1972 e 1974 a 1979. Foi o último membro da dinastia Somoza a exercer o poder na Nicaragua.

A família Somoza mandou na Nicarágua desde 1934, exercendo um poder absoluto. Os membros desta eram também os chefes da Guarda nacional, que barbarizavam seu povo, faziam do exercício do poder - além de servir aos interesses americanos - um instrumento de conquistas familiares. Eram verdadeiros donos do país e tinham a população como sua escrava.

No seu período foram 50 mil nicaragüenses assassinados. Sem nenhuma alternativa democrática, o povo precisou pegar em armas para derrubar a ditadura Somoza e o fez através da Frente Sandinista de Libertação Nacional, nome dado em homenagem a Augusto César Sandino.

O SANDINISMO - Quem foi Augusto César Sandino? Foi um lider revolucionário nicaragüense que organizou, com sucesso, a rebelião contra a presença militar americana na Nicarágua entre 1927 e 1933. Essa luta ganha a simpatia de todo o hemisfério, o que leva o presidente americano Franklin Rooselvelt a rever a sua politica para a América Latina.

Em 1933, Sandino é convidado para um encontro com Anastasio Somoza (pai) para assinar um acordo de paz, mas é seqüestrado e assassinado. Dois anos depois, Anatasio Somoza ganha as eleições e governa o país ditatorialmente por 20 anos.

O povo nicaragüense apoiou o movimento guerrilheiro por entender que essa era a única forma de derrubar a ditadura tirana em seu país. A Frente Sandinista ganhou ainda mais força popular por ocasião do assassinato de Pedro Joaquim Chamorro, jornalista de oposição. Seu assassinato foi o estopim de uma revolta popular e, numa combinação de fatores, (a luta guerrilheira, greve geral) o povo derrubou o ditador, colocando a Frente Sandinista no poder, em 1979.

A Frente Sandinista governou o país na transição através de uma Junta Governativa e em 1984 organizou eleições livres, elegendo o líder revolucionário Daniel Ortega com 60% dos votos.

Inconformado, o presidente americano Ronald Reagan organizou, na década de 1980, uma forte campanha anti-sandinista, financiando os "Contra" (os contra eram um grupo paramilitar, financiado com dinheiro dos EUA, recrutados da antiga Guarda Nacional Somozista) com o objetivo de desgastar o regime sandinista. Os americanos obtiveram sucesso na sua empreitada e, em 1988, conseguiram eleger Violeta Chamorro, aliada americana para presidir o país.

Agora em 2006, o povo nicaragüense reconduziu a Frente Sandinista ao poder, elegeu novamente Daniel Ortega para governar a Nicarágua.

Que os ventos libertários que sopram a América Latina possam durar por muito tempo e que as vitórias das esquerdas e dos progressistas em nosso continente sejam apenas o prenúncio de uma alvorada de liberdade e progresso para todos nós. E que nunca mais o mundo possa olhar a América Central e a nossa América do Sul como 'quintais' dos americanos.

Um comentário:

  1. Os tempos são outros a história agora é outra, mas os sandinistas provaram que estavam certos ao fazerem a revolução. tanto que o povo votou neles agora de novo. Gostei de ler sobre o assunto, eu que conhecia pouco sobre essa história, mesmo sendo militante (novo).

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