O editorial de hoje (9) da Folha de S. Paulo - "A terceira via" - é uma opção política travestida de opinião. Direito do jornal, claro, coisa que não se questiona. O que se pode questionar é a insistência do jornal em dizer, num trecho, que a defesa da candidatura tucana do tal "Grupo dos 30" à Presidência da Câmara é uma manifestação "apartidária".
Os integrantes do que se inventou chamar de "terceira via" (criação do FHC, sabe-se) são predominantemente tucanos e pefelistas. Ou seja, como já escrevi abaixo, uma "oposição travestida". Mas a Folha vê o grupo com outros olhos e interesses que se assemelhariam aos de uma entidade composta por santos: "A plataforma dessa associação parlamentar não se confunde com a de nenhum partido político. Trata-se de uma comunhão em torno de um objetivo superior, o de resgatar a imagem e a autonomia do Poder Legislativo, pilar da democracia".
Os candidatos Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia são apresentados no editorial como aqueles que "terão a incumbência de servir ao governo na presidência da Câmara dos Deputados". Daí a necessidade, segundo a Folha, de "frustrar a expectativa do Planalto de resolver a disputa pela Câmara num conchavo entre Lula, Rebelo e Chinaglia.".
Entendo que o jornal seria mais honesto com o seu leitor se explicitasse suas opções político-partidárias, como o faz seu concorrente. Nada mais justo, pois não se trata de questionar opções, e sim de querer apenas que sejam transparentes.
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