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segunda-feira, 2 de junho de 2008

O uso de cocaina, mesmo esporádico, causa mudanças irreversíveis no cérebro

Do site Carta Capital

Com o financiamento de novas linhas de pesquisa pelos institutos de saúde americanos do NIH, novos tratamentos para dependentes de drogas e álcool chegarão, em pouco tempo, ao mercado farmacêutico. Um estudo feito por Scott Hemby e outros integrantes da Faculdade de Medicina da Wake Forest University identificou as mudanças nas quantidades e atividades das proteínas cerebrais em usuários crônicos de cocaína. Utilizando uma tecnologia de último tipo, os cientistas conseguiram identificar e medir a quantidade e a atividade de todas as proteínas em cérebros de macacos viciados e compararam os resultados com os de cérebros de macacos que nunca tiveram contato com a droga.

As proteínas no sistema nervoso constroem estruturas duradouras e, portanto, mudanças no proteoma são mudanças a longo prazo, de difícil reversão. De acordo com Nilesh Tannu, um dos autores do estudo, as alterações ocorrem em nível estrutural, metabólico e de neurotransmissão, algo que torna improvável a volta do cérebro a seu estado original, mesmo interrompido o uso da droga. Tal descoberta pode explicar o alto índice de recaídas que viciados em cocaína sofrem.

O estudo foi publicado na terça-feira 27 no Journal of Molecular Psychiatry. Os autores pretendem, a partir de agora, estudar drogas novas, que sejam capazes de acelerar o processo de reversão do cérebro ao estado original ou protejam o cérebro de tais mudanças. O trabalho pode ser visto também como um aviso aos usuários esporádicos de cocaína, que não se consideram viciados, pois comprova-se que a droga, seja qual for a freqüência do uso, provoca mudanças progressivas no cérebro e, inevitavelmente, acabam gerando a dependência química. Leia mais.

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