Do jornal Folha de São Paulo hoje (10)
"Principal meio de investigação das cerca de 480 grandes operações desencadeadas pela Polícia Federal entre 2003 e 2007, a interceptação telefônica com ordem judicial atingia, no início de maio, pelo menos 5.813 aparelhos fixos e celulares no país, segundo números entregues pela PF à CPI do Grampo, no Congresso.
Levando em conta a estimativa feita pelo relator da CPI, Nelson Pellegrino (PT-BA) -de que uma pessoa conversa rotineiramente por telefone com dez pessoas-, o cálculo é que as conversas de 64 mil pessoas podem estar sendo gravadas apenas pela PF. O número seria suficiente para praticamente lotar o estádio do Morumbi, em São Paulo. A CPI não tem estimativa sobre o número de interceptações em andamento nas polícias estaduais.
A cada operação da PF que atinge um político, a suposta banalização das escutas telefônicas volta à discussão, agora vitaminada pela CPI do Grampo no Congresso. As críticas têm ganhado eco mesmo entre integrantes do Ministério Público. "Esse número de 409 mil absolutamente demonstra, de certa forma, a banalização desse instrumento de prova. (...) Acho que nós temos que dar realmente um passo de cautela em torno desse procedimento", declarou à comissão Antônio Carlos Alpino Bigonha, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República)".
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