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terça-feira, 10 de junho de 2008

Grampos da PF atingem 64 mil telefones

Do jornal Folha de São Paulo hoje (10)

"Principal meio de investigação das cerca de 480 grandes operações desencadeadas pela Polícia Federal entre 2003 e 2007, a interceptação telefônica com ordem judicial atingia, no início de maio, pelo menos 5.813 aparelhos fixos e celulares no país, segundo números entregues pela PF à CPI do Grampo, no Congresso.

Levando em conta a estimativa feita pelo relator da CPI, Nelson Pellegrino (PT-BA) -de que uma pessoa conversa rotineiramente por telefone com dez pessoas-, o cálculo é que as conversas de 64 mil pessoas podem estar sendo gravadas apenas pela PF. O número seria suficiente para praticamente lotar o estádio do Morumbi, em São Paulo. A CPI não tem estimativa sobre o número de interceptações em andamento nas polícias estaduais.

A cada operação da PF que atinge um político, a suposta banalização das escutas telefônicas volta à discussão, agora vitaminada pela CPI do Grampo no Congresso. As críticas têm ganhado eco mesmo entre integrantes do Ministério Público. "Esse número de 409 mil absolutamente demonstra, de certa forma, a banalização desse instrumento de prova. (...) Acho que nós temos que dar realmente um passo de cautela em torno desse procedimento", declarou à comissão Antônio Carlos Alpino Bigonha, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República)".

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