O jornal O Estado de São Paulo publica hoje a seguinte matéria: "Sem participar das decisões sobre mudanças no trânsito de São Paulo desde o fracasso das faixas para motos na Avenida 23 de Maio, em Janeiro passado, o presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Roberto Scaringella, de 66 anos, deixou ontem, após três anos e meio, o cargo. O secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, acumulará a função a partir de hoje. A saída de Scaringella reflete o isolamento do engenheiro fundador da CET junto à cúpula dos Transportes e do próprio prefeito Gilberto Kassab (DEM). Nos últimos meses, Scaringella, autor da idéia das faixas para motos, abandonada em menos de uma semana após o trânsito ficar caótico no eixo norte-sul da capital, também ficou de fora do projeto que resultou no pacote para o trânsito, divulgado há dois meses"...
Depois da notória incapacidade de planejar e fazer a gestão do trânsito na cidade de São Paulo, o governo PSDB/DEM demitiu o presidente da CET, ou melhor, forçou a sua saída como se fosse ele o único responsável pelo caos que vive a cidade em matéria de trânsito. O prefeito fez de Roberto Scaringella o verdadeiro bode expiatório.
O que é um bode expiatório?
Origem do termo bode expiatório: o bode expiatório era um animal que era apartado do rebanho e deixado só na natureza selvagem como parte das cerimônias hebraicas do Yom Kippur, o Dia da Expiação, à época do Templo de Jerusalém. Este rito é descrito na Bíblia em Levítico, capítulo 16.
Dois bodes eram levados, juntamente a um touro, ao lugar de sacrifício, como parte dos Korbanot do Templo de Jerusalém. No templo os sacerdotes sorteavam ao azar um dos dois bodes. Um era queimado em holocausto no altar de sacrifício com o touro. O segundo tornava-se o bode expiatório, pois o sacerdote punha suas mãos sobre a cabeça do animal e confessava os pecados do povo de Israel. Posteriormente, o bode era deixado ao relento na natureza selvagem, levando consigo os pecados de toda a gente, para ser reclamado pelo anjo caído Azazel.
Nos dias de hoje, em sentido figurado, um "bode expiatório" é alguém que é escolhido arbitrariamente para levar a culpa de uma calamidade ou qualquer evento negativo. A busca do bode expiatório é um ato irracional de determinar que uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais problemas.
Na incapacidade de solucionar o problema, o prefeito achou um jeito de "tirar o corpo fora", arranjou um culpado e o transformou no verdadeiro bode expiatório.
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