O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje uma entrevista com um controverso personagem do período da repressão (ditadura militar). Trata-se do delator José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo.
Em 1964 presidiu a Associação de Cabos e Soldados da Marinha. Depois de "perseguido pelos militares", ajudado pela esquerda brasileira, saiu do Brasil e foi fazer treinamento de guerrilha em Cuba. Assim como outros militares da época, conquistou respeitabilidade no meio da esquerda, o que o levou a ser um conhecedor dos modos de operação dos grupos guerrilheiros que combatiam com armas a ditadura militar no Brasil.
Depois de ser “preso”, passou para o lado dos militares, sendo peça importante no esquema do temido delegado Sérgio Paranhos Fleury, contribuindo assim para o desmantelamento dos grupos de esquerda que atuavam no país. O Cabo Anselmo, como era conhecido, foi responsável pela morte de muitos de nossos jovens estudantes e operários que na época combatiam, com armas e com idealismo, a cruel ditadura militar. O caso mais conhecido foi o Massacre da Chácara São Bento, em Recife: devido suas delações, seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) foram brutalmente assassinados.
Hoje ele vive na clandestinidade, com identidade falsa pagando por sua crueldade, porém sem nenhum arrependimento por tudo o que fez. Veja o que ele diz sobre sua condição de delator: “Diante disso, o preso Anselmo, aterrorizado, percebeu a fragilidade de uma luta que levava a tantas mortes inconseqüentes. Tenho consciência de que dei uma contribuição para limitar a violência e mortes de tantos que hoje podem usufruir deste novo Brasil.”
Nada! O que ele fez foi ajudar a tirar a vida de muitos dos nossos jovens. Espero sinceramente que o governo Lula não faça nada para beneficiá-lo como anistiado. Não podemos compensar traidor, muito menos em se tratando de um assassino confesso, símbolo do período mais triste de nossa história. Leia a entrevista completa.
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