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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Novo peleguismo

O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje em seu editorial uma análise do Movimento Sindical. Recomendo a todos sua leitura (clique aqui).

"Houve época em que parecia estar mudando, para melhor, a mentalidade dos sindicalistas brasileiros. Muitos dirigentes sindicais surgidos nas últimas décadas deveram seu prestígio junto a suas bases às críticas ao velho modelo sindical criado pela ditadura do Estado Novo chefiada por Getúlio Vargas. Na essência, esse modelo, em boa parte ainda em vigor, atrelava a estrutura sindical ao Estado, transformando-a numa correia de transmissão do governo - expressão sempre utilizada pelos que condenavam o sindicalismo varguista - e propiciando o surgimento dos pelegos, dirigentes comprometidos não com os trabalhadores que diziam representar, mas com seus interesses pessoais e políticos. Os “novos” sindicalistas diziam que seu objetivo era mudar tal modelo. Agora, seu objetivo é outro.

O que o País esperava ser o novo sindicalismo se revelou uma nova forma do velho peleguismo. Em troca do dinheiro que o governo lhes repassará, as centrais sindicais nascidas a partir da década de 1980, todas prometendo romper a estrutura varguista, agora aceitam gostosamente fazer parte dessa estrutura.

Já mais fortes do que as confederações, federações e sindicatos de trabalhadores, as centrais juntarão à força política o poder financeiro, desequilibrando ainda mais uma estrutura sindical capenga, que adota a pluralidade na cúpula (podem existir várias centrais sindicais), mas impõe a unicidade na base (só pode haver um sindicato por categoria em sua base territorial) - e alimenta a sobrevivência do velho peleguismo, ainda que com novo discurso.”

Comentário: O Sindicalismo Brasileiro deveria ser sustentado pela mobilização e organização dos trabalhadores, mas está cada vez mais burocratizado. Sem nenhum esforço, recebe dinheiro através de cobranças impositivas, utilizando a força coercitiva do estado que as impõem aos trabalhadores. Estes, sem alternativa acabam - mesmo sem se sentir representados - pagando uma casta burocrática do sindicalismo que sem nenhuma representatividade se perpetua no poder. Não foi com esse objetivo que nós fundamos a CUT.

Um comentário:

  1. É, já não se fazem mais sindicalistas como antigamente...
    Peleguismo em forte ascensão no Brasil.

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