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sexta-feira, 4 de maio de 2007

Dica de filme para o final de semana


Por Celina Sales

Com informações de Cineclick.com.br

PEQUENA MISS SUNSHINE (Little Miss Sunshine, EUA, 2006)

Elenco: Steve Carell, Toni Collette, Greg Kinnear, Alan Arkin, Cassandra Ashe, Abigail Breslin, Paul Dano.

Sinopse: A produção independente dirigida pelos estreantes Jonathan Dayton e Valerie Faris (experientes em vidoeclipes) vai na contramão desse cinema protagonizado por pessoas "certinhas" e coloca personagens divertidos e humanamente comuns como protagonistas. Resultado: faturou diversos prêmios, inclusive dois Oscars. O filme mostra a viagem que uma família desajustada faz dentro de uma Kombi para levar a caçula a fim de participar de um concurso de beleza (Cineclick)

Comentário do Cineclick: Sabe aqueles filmes nos quais belos atores conseguem tudo o que querem? Nos quais verdadeiros modelos de beleza conseguem atingir o tão almejado "sonho americano"? Essa tendência é algo até "fora de moda" no cinema norte-americano da atualidade. Prova disso é o tremendo sucesso que Pequena Miss Sunshine tem feito nos cinemas do país. A produção independente dirigida pelos estreantes Jonathan Dayton e Valerie Faris (experientes em vidoeclipes) vai na contramão desse cinema protagonizado por pessoas "certinhas" e coloca personagens divertidos e humanamente comuns como protagonistas. Num roteiro dinâmico, engraçado e emocionante, fazem desta comédia num dos melhores filmes de 2006.

A pequena Miss Sunshine do título é a adorável Olive (Abigail Breslin). Aos sete anos, ela adora participar de concursos de beleza. O que é estranho, já que sua beleza não segue os padrões presentes em eventos como esses. Mesmo com enormes óculos de grau e uma adorável "pancinha", Olive sonha em ser Miss-alguma-coisa. Ela acaba sendo qualificada para participar do concurso que escolherá Miss Sunshine. O detalhe é que ela e sua família deverão atravessar os EUA para participar.

A família de Olive é o que chamaríamos de desajustada. O pai, Richard (Greg Kinnear), é um psicólogo que trabalha como motivador profissional e seus discursos são sempre permeados por clichês de auto-ajuda. Para ele, o mundo é dividido entre dois grupos distintos: perdedores e vencedores. E, definitivamente, sua família não está no primeiro, mas ele prefere não admitir isso. A mãe é Sheryl (Toni Collette), que tenta a qualquer custo manter a família unida, especialmente no momento em que seu irmão Frank (Steve Carell) acaba de "sobreviver" a uma tentativa de suicídio. O filho, Dwayne (Paul Dano), simplesmente parou de falar e gosta de deixar claro o desprezo que sente pelos humanos em geral. O pai de Richard (Alan Arkin), por sua vez, gosta de deixar bem claro que é velho e, por isso, pode fazer o que quiser, inclusive reclamar do frango e cheirar suas "carreiras" de heroína.

Agora, coloque esses personagens hilários dentro de uma Kombi amarela que teima em parar de funcionar a todo momento. Está formado o delicioso cenário para o desenvolvimento de Pequena Miss Sunshine. Os momentos finais, durante o concurso de beleza, conotam tudo que o filme quer mostrar: um grupo de pessoas normais que, ironicamente, são como corpos estranhos num ambiente cheio de pessoas que buscam a perfeição, funcionando como um microcosmo da própria sociedade.

Alternando momentos hilários aos dramáticos, sempre relacionados às dificuldades que seus personagens têm no meio de uma sociedade que cobra valores ridículos, o roteiro é repleto de surpresas e situações engraçadas. A direção é capaz de envolver o espectador. Reunindo atores de primeiro calibre, interpretando personagens construídos de forma sedutora, o longa-metragem emociona e diverte da forma mais deliciosa possível.

É estranho pensar que um filme como Pequena Miss Sunshine demorou cinco anos para ser produzido. Isso porque seus diretores encontraram dificuldades para conseguir apoio financeiro de estúdios. E, veja só: depois de ter sido exibido no Festival de Sundance (principal janela do cinema independente norte-americano), teve seus direitos de exibição vendidos por mais de US$ 10 milhões. Somente nos EUA, rendeu US$ 55 milhões.

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