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quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ainda sobre o descaso com a saúde pública

Ontem escrevi sobre o descaso com a saúde pública na cidade de São Paulo. Falei das promessas não cumpridas, da falta de médicos, de funcionários e de remédios. Ilustrei meus comentários com dados da própria Secretaria de Saúde do município, que divulgou um recorde histórico de casos de dengue em nossa cidade - foram 835 casos só neste ano. Lembre-se: ainda estamos no mês de maio.

O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (23) um relatório assustador do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Leia:

SÃO PAULO - "Boa parte da fila dos prontos-socorros paulistanos mudou de lugar nos últimos dois anos. As dores de garganta e resfriados que atravancavam a porta para pacientes graves dos hospitais foram parar nas AMAs, unidades de Assistência Médica Ambulatorial criadas pelo ex-prefeito José Serra (PSDB) onde não é preciso marcar hora e que deveriam ter clínico geral, pediatra, ginecologista, cirurgião e portas abertas das 7h às 19h nas regiões mais pobres de São Paulo.

Das AMAs, onde a espera não deveria passar dos 30 minutos, a população seguiria para casa, medicada, e, se o caso demandasse um acompanhamento, para um atendimento nos postos de saúde, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), ou para uma consulta com um especialista, como um cardiologista. Um relatório inédito do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) após vistorias em 30 das 47 AMAs da capital, no entanto, aponta que nem sempre tem sido assim - e que a infra-estrutura das unidades deixa a desejar.

O conselho colheu nas AMAs informação de que a espera de agenda nas UBSs é de, em média, 90 dias para clínica médica e 40 dias para pediatria. Em apenas 6,6% das AMAs é feito agendamento prévio nos postos de saúde quando preciso.

Além de terem uma clientela fixa “indesejada”, o relatório do conselho aponta também que a maioria das AMAs registra os atendimentos em folhas avulsas _não é feita uma pasta com o histórico dos pacientes _e esses prontuários apresentam problemas. Em 73% das 30 unidades avaliadas os registros das pessoas atendidas estavam fora dos requisitos legais, como identificação do doente, do médico que o atendeu, a evolução médica na observação, consistência das informações e letra legível.

A maioria das unidades vistoriadas também não tem comissões para revisar os prontuários, exigência do conselho, nem fazem reunião para planejar as atividades. Além disso, a maioria das unidades vistoriada não tinha manutenção, limpeza, sinalizações, acomodações e sanitários adequados, apontou o Cremesp. E, das 17 que apresentaram dados sobre médicos, a maioria não oferece ainda os cirurgiões e ginecologistas. Outro problema detectado pelo conselho foi o fato de as AMAs fecharem às 19h, quando muitos pacientes ainda aguardam em filas _quem espera então é obrigado a ir para uma outra espera, a do pronto-socorro".

Nada que eu disse ontem aqui e no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo foi invenção. O referido relatório só vem confirmar o caos que vive a saúde pública em nossa cidade.

2 comentários:

  1. João, bom dia!

    Sou Conselheiro Gestor de Saúde de UBS aqui no Itaim Paulista, já fui Conselheiro da Supervisão até ano passado. Enfim, milito na área da saúde há muito tempo. Conquistamos no Governo Marta Suplicy através do Orçamento Participativo a construção do prédio Texima para instalação de PSF (Programa de Saúde da Família) com 05 Equipes. Mas quem inaugurou foi o Serra, mesmo com nossa discordância veio a AMA.

    No Itaim Paulista há 03 AMA's num raio de 2 Km partindo do Hospital Geral (Santa Marcelina).
    - AMA Texima: há 200m
    - AMA Jd. das Oliveiras 1 Km
    - AMA Jd. Nélia 2 Km.

    AMA Texima - Parceria com o Hospital Santa Marcelina de Itaquera (Convênio com o Município) - Tem clinico e Pediatras.

    AMA JD. das Oliveiras e AMA Jd.Nélia - Parceria com o Hospital Santa Marcelina do Itaim Paulista(Convênio ainda com o Estado) - Os Clínicos mais faltam do que trabalham.

    Vereador, existe um sistema de Cooperetiva que o Santa Marcelina usa para envio de médico substituto. Não entendi muito bem isso, mas vou me apropriar para esclarecer melhor esse ponto. Outra coisa é a farmácia da UBS Jd. das Oliveira que serve também a AMA, pois, dividem o mesmo prédio. Mas, a população reclama porque só entrega remédio até as 18:00h.

    Henrique - São Paulo

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  2. ESCLARECIMENTO

    O Hospital Santa Marcelina do Itaim Paulista não mantém AMA'S desde 31 de Maio de 2006, isto é, amanhã fará um ano do encerramento dos Termos Aditivos com a SES para que este Hospital dirigi-se as AMA'S do Jardim das Oliveiras, Jardim Nélia e Jardim Helena.

    Grato,

    Carlos Alberto P. Ferreira
    Administrador Hospitalar

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