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domingo, 27 de maio de 2007

O lado Eros do Dr. José Aristodemo Pinotti


Recentemente, o Blog do Noblat publicou uma série de notas sobre o livro do ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau - recheado de forte erotismo que escandalizaria almas mais ortodoxas.

O que dizer então do ex-secretário da Educação da Prefeitura de São Paulo e atual Secretário Estadual de Ensino Superior, o médico José Aristodemo Pinotti? É que descobri num sebo da cidade que o homem que está no epicentro da crise da Universidade de São Paulo também teve lá sua queda pelo erotismo externada na poesia. O que achei foi o livro Suave Presença, publicado por Pinotti em 1982. Estava numa daquelas prateleiras do sebo "a R$ 1,00".

Em Suave Presença não se encontrá nem traços de um Eros Grau descritos por Noblat, mas um erotismo sutil, ponto marcante da obra. Tem também textos com conteúdo político e reflexões sobre a vida e a existência. Selecionei o poema abaixo para ilustrar o lado "Eros" do Dr. Pinotti, já que - pelo jeito - a crise da USP e das demais universidades paulistas está longe de ser resolvida.

Por José Aristodemo Pinotti

MAIS AMAR

Vestir-se para que,
se dormir é íntimo
e a pele suficiente
para cobrir seu corpo

Colocar roupas, cobrir-se,
Não.
Eu a agasalho com a minha pele
E a noite poderá ser, então,
contacto prolongado,
terno,
suave.
Seu corpo junto ao meu corpo,
Sua pele na minha pele,
meus braços a lhe envolver,
só dormir é suficiente.

Você já sabe e aceita
que o amor não exclui o beijo.
Esse beijo de pele a pele,
do amor também faz parte.

Deite, venha, achegue-se,
roupas para que?
Encoste sua pele à minha,
ajeite dobras com dobras,
murmure algumas palavras,
ouça ou não minha resposta,
o sono e a noite entrando,
o amor permanecendo,
crescendo e se apagando,
envolvendo.

Noite adentro nos amando,
suave, sem perceber
da pele o amor na alma.
Realidade ou sonho misturando,
Dormindo ou mesmo acordando.

Até que a madrugada indiscreta
nos traga com suas luzes tremulando
a realidade incômoda e perpétua.

(Do livro Suave presença, 1982)

3 comentários:

  1. veja só o dotô Pinnotti dando as caras no passado e hoje posando de moralista na questão da USP. A poesia não é boa, não diz quase nada, mas é reveladora do espírito dessa turma: prega uma coisa e faz outra.

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  2. Nâo vi nada nessa poesia, muito menos de erotismo. Sinceramente, não entendi. Alguém me explica???

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  3. O que eu entendi é que o pinoquio queria fazer amor com alguem e esse alguem não correspondia.

    Sr.pinote volta para o hospital as pessoas precisam do seus prestimos só como medíco.

    Ainda bem que ele não é professor de medicina.

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