Do Correio Braziliense
Sob fogo cruzado desde a divulgação do suposto dossiê elaborado pela Casa Civil para chantagear o PSDB, a ministra Dilma Rousseff caminha em direção à consolidação como pré-candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo governistas e oposicionistas, a superexposição recente tornou a ministra mais conhecida pela população, que prefere associá-la à imagem de “mãe do PAC” a considerá-la suspeita de organizar uma jogada rasteira contra os tucanos. Em alguns estados, segundo pesquisa encomendada por partidos, Dilma já estaria na casa dos dois dígitos, atrás apenas do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e do deputado Ciro Gomes (PSB-CE).
“Essa tentativa da oposição de querer desgastá-la com falso dossiê só fortaleceu seu nome, tornou-a mais conhecida. É a mais forte candidata do PT para 2010, sem demérito de outros nomes”, disse ontem o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, em entrevista a um portal de internet. A sensação de que Dilma — como Lula no primeiro mandato — “mais cresce quanto mais apanha” ainda carece de comprovação de pesquisas de âmbito nacional. Mas já está retratada em sondagens regionais realizadas, por exemplo, pelo PSDB.
“Nós estamos errando muito. Dilma está se beneficiando da crise ao ficar permanentemente na mídia”, argumenta o tucano Jutahy Magalhães Júnior (BA). Na Bahia, pesquisas detectaram que a ministra figura hoje na terceira colocação nas intenções de voto para presidente da República. Um quadro bem diferente do registrado pelo Instituto Datafolha após realizar consulta nacional no mês passado. Naquela ocasião, apenas 3% anunciaram voto na ministra, contra 38% no governador de São Paulo, José Serra (PSDB), 20% no deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e 14% na ex-senadora Heloísa Helena (PSol).
“Dilma não está no meio de uma tempestade. A oposição quer que ela se molhe, mas a superexposição tem sido benéfica para a ministra”, diz um ministro com assento no Palácio do Planalto. Ele aposta que Dilma será a candidata de Lula em 2010 se sobreviver à tormenta dos cartões corporativos. No interior de São Paulo, os tucanos também registraram crescimento na popularidade da ministra. Alegam que isso ocorreu por uma combinação de três fatores. Um: a população não compreende qual acusação pesa contra Dilma no caso do dossiê. Dois: se compreende, não considera a suspeita tão grave. Três: apreendeu, ao ser confrontada com o noticiário, que a ministra é trabalhadora e conta com a confiança do presidente Lula.
A oposição está sem rumo e o Serra já percebeu e está tentando mudar o comportamento de seus companheiros e aliados. Não é atoa que ele (Serra) está criticando o denuncismo como método de oposição.
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