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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Símbolos e Lugares de São Paulo (8)

Iniciamos hoje a publicação da terceira parte da série Símbolos e Lugares de São Paulo, com base em pesquisa de Felipe Ramalho Rocha. Serão três postagens mostrando a construção, a arquitetura, o turismo e a importância da Praça da Sé e da Catedral - no Centro Velho da Capital.


A CONSTRUÇÃO DO MARCO ZERO PAULISTANO

A Praça da Sé começa a nascer em 1588, quando ali se instala a Câmara de São Paulo. Na sessão de 6 de junho de 1588 os vereadores se reuniram na câmara de então e lembravam da necessidade de haver na vila uma “igreja matriz e vigário”, A palavra Sé é uma abreviatura de Sedes Episcopalis, uma estrutura de poder da Igreja Católica que costuma estar associada à principal igreja de uma região ou sua catedral.

Os primeiros povoadores manifestavam o seu desejo de ter a matriz. Esta igreja, situada no local da catedral atual, foi terminada em torno de 1616. Em 1745 a “Velha Sé”, como era chamada, foi elevada à categoria de Catedral. Quando Dom Bernardo Rodrigues Nogueira, primeiro bispo, deu entrada em São Paulo no dia 8 de dezembro de 1745, a matriz estava arruinada.

Naquele mesmo ano, inicia-se a edificação da segunda matriz da Sé, no mesmo local da anterior. A antiga igreja é demolida e substituída por uma nova, construída em estilo barroco, terminada em torno de 1764. Ao lado dela, em meados do século XVIII, levanta-se a Igreja de São Pedro da Pedra.

A Catedral da Sé nasceu de uma reunião, convocada pelo então arcebispo metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva, no dia 25 de janeiro de 1912. As Igrejas São Pedro e da Sé foram demolidas para que o tamanho da praça fosse quintuplicado. Em 1934, a Praça da Sé transformou-se em marco zero da cidade e, em 1952, foi reurbanizada para as celebrações do IV Centenário da cidade.

O projeto da Catedral foi feito pelo arquiteto Maximiliano Hehl. A igreja foi inaugurada em 1954 sem estar pronta, mas a tempo para a celebração do quarto centenário de São Paulo. Nos lugares em que as torres deveriam ser levantadas, existiam buracos, através dos quais entravam água de chuva, pombos e muita sujeira. As torres foram terminadas somente em 1967. As obras foram tocadas inicialmente por Alexandre Albuquerque, e, a partir de 1940, por Luís Inácio de Anhaia Melo.

Na década de 1970 a praça passa novamente por uma reurbanização - fundindo as antigas praças da Sé e Clóvis Bevilacqua, demolindo o velho Teatro Santa Helena, implodindo o edifício Mendes Caldeira e incorporando os quarteirões que as separavam. Em troca, o marco zero ganhou o realce de uma alameda de palmeiras imperiais, o espelho d'água realça o conjunto arquitetônico formado pela Catedral e o Palácio da Justiça.

A praça foi remodelada para que fosse instalada a mais importante estação metroviária da cidade, ponto de cruzamento das linhas norte-sul e leste-oeste da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô - inaugurada em 26 de setembro de 1975.

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