A postagem desta quarta-feira (19) da série Símbolos e Lugares de São Paulo traz detalhes da arquitetura da Praça e da Catedral da Sé, conforme pesquisa elaborada por Felipe Ramalho Rocha. No sábado que vem encerramos a terceira parte da série com um roteiro turístico nesta que é uma das regiões da cidade de forte simbolismo para todos os paulistanos.
UM TESOURO ARQUITETÔNICO NO CORAÇÃO DA CIDADE
A PRAÇA DA SÉ - O local do marco zero de São Paulo é um dos mais belos projetos arquitetônicos da cidade de São Paulo. A atual praça é resultado de um projeto paisagístico da década de 70 com influências de projetos da época conduzidos na Costa Oeste dos EUA e caracterizados por um geometrismo rigoroso e pelo domínio do terreno através de um jogo de patamares, espelhos d'água ou fontes e volumes prismáticos de terra.
A praça uma obra de arte por si só, ainda abriga mais 16 esculturas de diversos estilos, entre elas uma estátua do Padre Anchieta, uma do italiano Heitor Usai, uma escultura em chapas de aço do austríaco Franz Weissmann, e, bastante visível, fixada no meio de um espelho d'água, está o Condor de concreto feito por Bruno Giorgi.
O motivo da reformulação da praça, que exigiu que se demolisse todo o quarteirão, foi a construção da estação Sé do Metrô, inaugurada em 17 de fevereiro de 1978. É uma estação subterrânea composta por mezanino de distribuição e dois níveis sobrepostos com duas plataformas laterais e uma central, com estrutura em concreto aparente e aberturas para iluminação natural. Que fazem dela uma das mais arrojadas estações de Metrô de São Paulo. Pelas paredes da Estação da Sé estão murais de artistas como Mário Gruber e Cláudio Tozzi, além de um painel de Renina Katz.
A CATEDRAL - A obra-prima da arquitetura na Praça da Sé é sua catedral. O arquiteto responsável foi o alemão Maximilian Emil Hehl, professor de Arquitetura da Escola Politécnica, que projetou uma enorme igreja em estilo neogótico, inspirada nas grandes catedrais medievais européias. Foi inaugurada em 25 de janeiro de 1954, na comemoração do 4º Centenário da cidade de São Paulo, ainda sem as duas torres principais, concluídas em 1969.
É a maior igreja de São Paulo, com 110 metros de comprimento, 46 metros de largura, torres com 92 metros de altura cada, cúpula com altura de 30 metros, Tem capacidade para abrigar 8.000 pessoas. No acabamento foram usadas 800 toneladas de mármore. Em termos arquitetônicos, a igreja tem forma de cruz latina, com cinco naves e transepto com cúpula sobre o cruzeiro. A fachada, dotada de um portal principal e uma grande rosácea, é flanqueada por duas altas torres. O estilo escolhido foi o neogótico, mas a cúpula é inspirada por estruturas renascentistas como o célebre domo da Catedral de Florença.
Em sua cripta, que se localiza debaixo do altar principal e é um vasto salão suportado por várias colunas e arcos de perfil gótico e pode ser considerada uma verdadeira igreja subterrânea, encontram-se trabalhos artísticos do escultor Francisco Leopoldo. Em volta de toda a área das naves da cripta encontram-se sepultados vários personagens importantes da história do Brasil e as câmaras mortuárias dos sacerdotes que ocuparam o bispado de São Paulo. Doze ao todo, que se diriam os Apóstolos da Diocese.
Também possui um dos maiores órgãos em funcionamento da América Latina, construído em 1954 pela industria italiana Balbiani & Rossi, tem cinco teclados manuais, 329 comandos, 120 registros e 12 mil tubos, cujas bocas, de forma gótica, apresentam relevos entalhados a mão.
Em 1999, a arquidiocese de São Paulo decidiu realizar um grande plano de restauração e conclusão do prédio da Catedral da Sé, devido aos desgastes do tempo, a estrutura do edifício apresentava sérios riscos de perda. A catedral foi completamente renovada entre 2000 e 2002.Com o fim de reparar o edifício, muitos pináculos sobre a nave e as torres foram terminados. As plantas originais, datadas de 1912, foram encontradas dentro do próprio edifício, permitindo uma restauração fiel ao projeto original.
A restauração incluiu reparos nos vitrais, revitalização dos sinos, manutenção das redes hidráulica e elétrica, resolução de problemas que ameaçavam a estrutura e lavagem e pintura do prédio. Restaurada, a catedral ganhou 14 torreões novos, previstos no projeto original de 1912 de Maximilian Emil Hehl. Em 2002, reabriu as portas após obras que consumiram R$ 19,5 milhões.
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