Continuando a série Símbolos e Lugares de São Paulo, Felipe Ramalho Rocha nos conta hoje como foi a concepção e construção de um portentoso monumento no Pátio do Colégio - assunto tratado na segunda parte desta série. No sábado passado, problemas técnicos inviabilizaram a publicação da parte II sobre o Pátio do Colégio, uma vez que o blog aborda o tema sempre às quartas-feiras e aos sábados.
GLÓRIA IMORTAL AOS FUNDADORES DE SÃO PAULO
No Pátio do Colégio, em frente ao edifício principal, encontra-se o monumento Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo: um grande pedestal em granito cinza Mauá, base para uma coluna em granito rosa polido. No alto, uma mulher em bronze representa a Cidade de São Paulo coroando seus fundadores. Na mão direita traz uma tocha, símbolo do amor eterno, e na esquerda um ramo de louros e uma foice, simbolizando a glória e o trabalho. A altura do monumento é de 25,75m.
A escolha do monumento se deu em 1909, quando o jornal O Estado de São Paulo publicou o edital do concurso para a seleção do melhor projeto para um Monumento Comemorativo da Fundação de São Paulo. Ao vencedor do concurso o edital previa o pagamento de um prêmio de trinta contos de réis. Sete escultores inscreveram seus projetos: Correa Lima, Eduardo de Sá, E. Bertozzi, Nicolina Vaz de Assis, Amadeu Zani e a dupla Lorenzo Petrucci - Benedito Calixto.
Em abril de 1911, o prefeito Raymundo Duprat autorizou a entrega de oitenta contos de réis à comissão encarregada da escolha do melhor projeto e execução do monumento para o pagamento das despesas necessárias. O projeto vencedor foi o do escultor italiano Amadeu Zani.
Zani foi a Roma executá-lo, lá permanecendo entre 1911 e 1913. As peças em bronze, fundidas na Itália, foram em seguida remetidas ao Brasil, permanecendo em enormes engradados nos armazéns do Sr. C. P. Vianna, no Brás. Nesse armazém, as partes em bronze permaneceram durante muitos anos, para tristeza de Zani
Em 1922, por decisão da Câmara Municipal, providenciou-se a implantação do monumento no centro do então Largo do Palácio, pondo fim à situação que se arrastava havia anos. A cerimônia de inauguração ocorreu no dia 11 de junho de 1925.
Sob a justificativa de protegê-lo da ação de vândalos, o monumento foi cercado por grades em 1988, situação criticada pelo próprio escultor já no seu projeto de 1909. A remoção das grades, em 2002, deu início a um processo de recuperação do monumento. O minucioso restauro em 2004, associado a outras ações de revitalização do Pátio do Colégio e às comemorações pelos 450 anos da cidade, reintegrou o monumento ao logradouro e à cidade.
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