Hoje (3) a pesquisa de Felipe Ramalho Rocha aborda com mais detalhes os pontos que não podem passar sem uma visita no entorno da Estação da Luz: o Parque da Luz e a Estação Pinacoteca. Na próxima postagem – sábado que vem - será a vez da Sala São Paulo, do Museu da Língua Portuguesa e da Pinacoteca do Estado.
A ESTAÇÃO PINACOTECA E O PARQUE DA LUZ
A ESTAÇÃO PINACOTECA - A Estação Pinacoteca, que fica entre as estações Luz e Júlio Prestes, é um local de exposições mantido pelo governo do Estado de São Paulo, sendo um espaço ligado à Pinacoteca do Estado.
O prédio foi inaugurado em 1914, projetado por Ramos de Azevedo para servir de armazém da Cia. Sorocabana. Durante o período da ditadura serviu por mais de meio século como base do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), para onde eram mandados os presos políticos. Ao tornar-se museu o prédio foi totalmente restaurado de acordo com projeto do arquiteto Haron Cohen.
Hoje, o espaço de 8 mil metros quadrados apresenta condições técnicas ideais para as atividades musicológicas que comporta. A Estação Pinacoteca oferece ao público diversos espaços expositivos. Possui no acervo, entre outras obras, esculturas de Lygia Clark, pintora e escultora brasileira que se auto-intitulava "não-artista" e teve suas obras Composições premiadas na Primeira Exposição Nacional de Arte Abstrata.
O acervo também conta com dois espaços expositivos, um ateliê de impressão, para desenvolvimento de projetos de artistas e oferece consulta pública ao acervo de 2000 gravuras pertencentes ao museu.
O local onde ficavam confinados os presos no antigo prédio do DOPS deu lugar ao Memorial da Liberdade, que conta com quatro celas e um totem multimídia, onde o público tem acesso ao acervo de fichas e prontuários de pessoas que passaram por lá, como Monteiro Lobato e Mário Covas, ou tiveram seu nome registrado na época da ditadura, como o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ator Paulo Autran. Esse espaço está hoje sob responsabilidade do Arquivo do Estado de São Paulo.
O PARQUE DA LUZ - Sendo o mais antigo jardim público da cidade, o Parque da Luz, nasceu da iniciativa de estabelecer o “Jardim Botânico da Luz”. Inaugurado somente em 1825, era o único local de divertimento e descanso da população. Sua utilização como “Jardim Botânico” acabou sendo abandonada, e em 1838 tornou-se simplesmente um Jardim Público. A solução para o abastecimento de água do parque, que vinha passando por modificações desde 1868, deu-se em 1875 - época em que o parque já se encontrava totalmente cultivado e arborizado e foram implantadas também as quatro estátuas representando as estações do ano, e as duas referentes à mitologia – Vênus e Adonis – vindas do Rio de Janeiro.
Muito importante foi a nomeação, no início do século, de Antonio Etzel como administrador do Jardim da Luz, pois foi ele quem introduziu um novo traçado para o Jardim, como ruas circulares arborizadas, grandes gramados ao estilo inglês e bosques. Também construiu a nova residência (1901), o Coreto (1902), o quiosque (1903), formou um "mini-viveiro" onde cultivava plantas e flores que eram transplantadas para os canteiros dos jardins e um "mini-zoológico", com capivaras, veados e aves exóticas, entre outros.
Em 1972 o Jardim recebe novo tratamento de limpeza e recuperação e é novamente cercado com grades e portões, passando para a administração do DEPAVE e recebendo a denominação de "Parque da Luz". A área é tombada pelo CONDEPHAAT e seu uso regulamentado.
O parque tem totais 81.758 m2, entre os quais 48.376 m2 de vegetação implantada, 29.422 m2 de caminhos, 3.068 m2 de lagos e 892 m2 de edificações. Extremamente diversificada, a vegetação do parque é composta, em sua maioria, por espécies exóticas e algumas nativas. São árvores que chamam a atenção por seu porte e exuberância, proporcionando um espetáculo interessante aos que contemplem suas alamedas.
Foram catalogadas mais de 40 espécies de aves, entre elas sabiá-laranjeira, sanhaço, chupim, bem-te-vi, periquito verde e rolinha-caldo-de-feijão, além de algumas aves aquáticas, como socó-dorminhoco e biguá, e ornamentais, como marreco-mallard e galinha d'angola. Foram detectados ainda alguns peixes (carpas e tilápias) nos espelhos d'água e dois exemplares de sagui-de-tufo-branco, que são originários do nordeste brasileiro. O destaque, porém, é para as seis preguiças que vivem na chamada alameda de figueiras, espécie que provavelmente habita o parque desde a época em que era "Jardim Botânico".
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