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terça-feira, 6 de novembro de 2007

Os professores e a "satisfação"

Do jornal O Estado de S. Paulo, hoje (6):

"Só 21% dos professores brasileiros que trabalham em escolas públicas estão totalmente satisfeitos com a profissão. É o que mostra pesquisa inédita feita pelo Grupo Ibope, a pedido da Fundação Victor Civita. Foram ouvidos 500 docentes da rede pública de ensino das capitais de todos os Estados. A instabilidade financeira é um dos principais fatores que levam ao descontentamento da categoria com o trabalho. Apenas 32% dos professores afirmam tê-la conquistado, mas 90% deles a consideram condição fundamental para ter boa qualidade de vida.

Segundo o professor Celso Favaretto, da Faculdade de Educação da USP, que teve acesso aos dados, muitos professores da rede pública têm de dar aulas em duas ou mais escolas para receber um salário razoável. “Além disso, as condições de trabalho são precárias, há salas de aulas lotadas. Essa insatisfação do professor com o trabalho está relacionada com uma má gestão de todo o sistema escolar.” Favaretto aponta outras aparentes contradições no discurso dos professores: 90% afirmam ter boa didática de ensino, mas, 70% dizem ver na falta de motivação dos alunos o principal problema em sala de aula".

Comentário: Quando sair a tabulação da pesquisa acima referente apenas ao Estado de São Paulo certamente o nível de satisfação do professorado será quase nulo. Aqui é simples de entender: São Paulo paga um dos piores salários (o décimo mais baixo do país - um professor em início de carreira, incluindo piso e gratificações, ganha pouco mais de R$ 1,2 mil), as condições de trabalho são ruins e perigosas, não há incentivo ao desenvolvimento profissional e nem carreira docente. Os tucanos estão no comando do Estado há mais de 13 anos...

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