Pode apostar que algum editorial de um grande jornal pode vir, nesses dias, elogiando a medida anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab de congelar 10% dos recursos orçamentários de 2007 - o que corresponde a cerca de R$ 1,5 bilhão. É natural que setores da imprensa vejam a retenção de recursos como "ato de boa gestão", como adoram parolar os tucanos.
Mero truque eleitoral com vistas ao processo sucessório de 2008, já que o prefeito dorme e acorda pensando em disputar as eleições do ano que vem. É certo que a medida tem o dedo do governador José Serra, especialista em cortar recursos destinados ao funcionamento da máquina pública - e o real "gestor a distância" também da Prefeitura de São Paulo.
Serra usa o município como mais uma ponte para o seu projeto pessoal de viabilizar seu nome para a disputa presidencial de 2010, e disso até os seres inanimados sabem. É praxe tucana e do seu grupo de suporte político fazer uso da administração pública para se perpetuar no poder. O exemplo vem desde 1995, quando os tucanos e aliados assumiram o controle do Estado e não querem largar o poder - logo eles que discursam sem parar em defesa de uma tal "alternância do poder" (desde que a 'alternância' ocorra entre eles mesmos).
Falta combinar com a população de São Paulo, cansada de promessas de campanha e de truqes dessa natureza. O povo sabe a quantas anda o serviço público na capital desde que o "demolidor" Serra passou uma chuva na Prefeitura de São Paulo e deixou seu lugar-tenente no cargo.
PS - Haveria necessidade de contingenciamento? E os R$ 3 bilhões que continuam aplicados no mercado financeiro?
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