Por João Antonio
Amanhã os brasileiros, mais um vez, estarão escolhendo seus representantes nas Câmaras Municipais e os chefes dos poderes executivos locais, responsáveis por cuidar do presente e do futuro em perspectiva em todos os municípios. Não é pouco. Trata-se de uma enorme responsabilidade, afinal é no município que vive o cidadão.
Nos tempos contemporâneos a vida acontece em sociedade, ou seja, há uma interdependência nas relações humanas. A associação de pessoas não é simplesmente um ato organizativo voluntário de alguns iluminados. É uma vontade de todos que percebem que a vida isolada é desvantajosa e que, associando-se, alcançarão melhor qualidade de vida com maior facilidade.
O Estado é produto do desejo humano de viver em sociedade. Como diziam alguns iluministas: "para alcançar a paz e evitar a guerra de todos contra todos, o ser humano abre mão de parte sua liberdade, pactua regra de conduta e atribui a um terceiro - o Estado - poderes para intervir, se necessário utilizando a força, para fazer valer as normas e regras pactuadas e aceitas por todos".
Note que a qualquer sociedade civil as pessoas se vinculam voluntariamente. No caso do Estado, a pessoa nasce pertencendo a um deles, e por toda a sua vida estará submetido às regras estabelecidas, sob pena de sofrer consequências punitivas para impedir as desavenças sociais.
A democracia, produto da evolução política da humanidade, é a forma de governo mais adequada para, na diversidade, respeitando características e anseios de cada indivíduo, todos possam buscar, no somatório de esforços coletivos, caminhos mais curtos para alcançar seus objetivos. É por isso que na hora de escolher aqueles que decidirão em seu nome, o cidadão-eleitor terá de ser muito criterioso. Não basta carisma. É preciso verificar se o candidato tem conduta reta, espírito público, determinação de propósitos, competência para realizar, em sintonia com a vontade popular, um programa de governo que atenda a expectativa social. E no caso destas eleições, projete para além do seu tempo, uma cidade que ofereça, progressivamente, qualidade de vida para todos os seus moradores.
Como vem afirmando a Justiça Eleitoral: "voto não tem preço, tem consequência". Portanto, eleitor, saiba escolher aqueles que o representarão nos próximos quatro anos. Fortalecer a democracia é escolher para conduzir os negócios do Estado pessoas conscientes de que cargo público é para vocacionados a se dedicarem às causas coletivas.
As eleições sempre são um bom momento para o eleitor excluir da política visões patrimonialistas ou personalistas. Um momento adequado para fortalecer representantes que vêem a política na proporção da grandeza de um povo e sua vontade. Representantes que façam da política um instrumento de encontro e reencontro constante com seus representados, uma via de mão dupla na relação com o povo.
Votar não é uma relação pragmática ou emocional, pelo contrário é um compromisso programático, onde o candidato a representante, para obter a confiança de seu futuro representado, faz juramento de compromissos com causas coletivas de curto, médio e longo prazo e, em troca, recebe a confiança do eleitor para conduzir, em seu nome, as coisas do Estado.
Seja criterioso na sua escolha. Vote consciente e faça uma boa escolha!
Bom domingo!
João Antonio é advogado e deputado estadual em São Paulo.
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